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Recursos para construção de armazéns crescem 81% no Plano Safra

Recursos para construção de armazéns crescem 81% no Plano SafraDéficit de armazenagem é estimado em 117 milhões de toneladas. Foto: CNA

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Por André Garcia 

Em meio a um déficit de armazenagem agravado pela colheita recorde desta última temporada, o Plano Safra 2023/2024 traz aumento no volume de recursos de 81% para construção de armazéns com capacidade de até seis mil toneladas e de 61% para armazéns maiores.

Considerando as duas categorias, o total do valor programado é de R$ 6,65 bilhões, referentes ao Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA). No ciclo 2022/23 esta linha de crédito contou com liberação de R$ 5.13 bilhões.

Na cerimônia de lançamento do crédito, o titular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Carlos Fávaro, pontuou que o valor vai aumentar a capacidade estática instalada no Brasil.

“Não podemos comemorar safra recorde sucessiva de safra recorde e não fazer armazém. Isso é um plano constante, que foi deixado de lado, com pouco recurso, e agora entra com vigor total, uma média de 70% de aumento de recursos, com taxa de juros de 7% para os pequenos”, disse.

Há poucos dias, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apontou que a colheita 2022/2023 traria ao Brasil novo recorde na produção de grãos: 315,8 milhões de toneladas. A falta de infraestrutura, que há muito tempo aflige o setor, já vinha fazendo parte dos discursos feitos pelo ministro nos últimos meses.

“Esse número [da safra recorde] nos ajuda a dimensionar o impacto da infraestrutura no escoamento e armazenamento da safra”, afirmou durante lançamento de obras e manutenção de rodovias.

Déficit

Como noticiado pelo Gigante 163, para resolver o problema seria preciso um investimento de R$ 15 bilhões por ano. Isso, só para acompanhar os novos recordes previstos e manter a carência atual no país, que para essa temporada é estimada em 117 milhões de toneladas.

O número é da Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos – órgão ligado à Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e reflete a realidade de grandes produtores, como Mato Grosso. Segundo a Aprosoja-MT, o déficit de armazenagem é de quase metade de tudo o Estado produz.

Irrigação

Outro destaque é o aumento de 30% nos valores destinados ao Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga), que financia os investimentos relacionados com todos os itens inerentes aos sistemas de irrigação, inclusive infraestrutura elétrica e para a construção do reservatório de água.

De acordo com o Mapa, a proposta também permite ao produtor financiar a aquisição, a implantação e a recuperação de equipamentos e instalações para proteção de cultivos inerentes à olericultura, fruticultura, floricultura, cafeicultura e produção de mudas de espécies florestais.

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