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Brasil pode ser líder global em redução de emissões agrícolas

Brasil pode ser líder global em redução de emissões agrícolasCom boas práticas, País pode reduzir 540 milhões de toneladas de gases. Foto: Embrapa

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Um novo relatório internacional, lançado nesta semana, pela organização Conservation International, mostra que o Brasil é o país com mais chances de reduzir emissões na agricultura e na pecuária usando práticas sustentáveis. Segundo o estudo, o Brasil pode evitar a liberação de até 540 milhões de toneladas de gases que causam o efeito estufa por ano, se investir em soluções já conhecidas no campo.

De acordo com o estudo, Incluir estratégias de clima nas áreas de produção ajuda a reduzir riscos, atrai investimentos e melhora o acesso a mercados mais verdes.

“Com ações bem planejadas no território, é possível reduzir emissões e, ao mesmo tempo, aumentar a eficiência e a qualidade dos produtos agrícolas, abrindo portas para mercados com exigências ambientais”, acrescentam.

Esse tipo de ação é chamado de “insetting” e na prática significa que, em vez de comprar crédito de carbono fora da cadeia produtiva, a proposta é investir na própria terra, com melhorias como plantio direto, recuperação de áreas degradadas, árvores em pastagens e rotação de culturas. Tudo isso ajuda a reter carbono no solo e evitar emissões, ao mesmo tempo em que melhora a produção.

“O ‘insetting’ pode transformar o agro ao trazer os benefícios da ação climática direto para quem produz. Isso gera ganhos reais para o produtor e para as comunidades do entorno”, aponta trecho do relatório.

Segundo o estudo, 94% desse potencial já está acessível hoje. Ou seja, o Brasil tem condições de começar agora. A maior parte das emissões que podem ser evitadas está ligada a produtos consumidos dentro do Oaís, como a carne, o leite, o milho e o arroz. Isso significa que a mudança pode acontecer nas próprias cadeias produtivas que abastecem o mercado interno.

A importância do “insetting”

Traduzindo, o insetting é quando a empresa ou o produtor investe em melhorias na própria propriedade ou região, em vez de pagar para compensar as emissões em outro lugar. É o contrário de comprar crédito de carbono de um projeto distante, sem ligação com a produção. Com o insetting, o produtor ganha produtividade e ajuda o clima ao mesmo tempo.

“Exemplos de abordagens colaborativas de insetting já estão em andamento em paisagens produtoras de commodities no Brasil, Indonésia, Vietnã e Costa do Marfim”, afirmam os autores.

Essas ações também são mais fáceis de acompanhar e medir, porque acontecem em áreas conhecidas e controladas pelas empresas ou pelos próprios agricultores. O relatório recomenda que, até 2030, este seja o caminho principal para as empresas que querem zerar suas emissões, especialmente nos setores de alimentos e uso da terra.