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Emissões de metano em 2023 estiveram próximas do recorde

Emissões de metano em 2023 estiveram próximas do recordeRelatório mostra que indústrias não fazem o suficiente. Foto: Creative Commons

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As emissões globais de metano provenientes de combustíveis fósseis permaneceram perto de uma alta recorde no ano passado, indica o relatório anual “Methane Tracker”, da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). Esta é mais uma prova de que governos e indústrias não estão fazendo o suficiente para conter a liberação desse gás, 80 vezes mais potente que o CO2 para o agravamento do efeito estufa e das mudanças climáticas.

A produção e o consumo de petróleo, gás e carvão geraram “quase 120 milhões de toneladas de emissões de metano em 2023, um pouco acima do resultado de 2022″, mostra o documento. Outras 10 milhões de toneladas de metano foram emitidas pela bioenergia, principalmente do uso tradicional de biomassa como madeira para atividades como cozinhar, segundo a Folha.

Embora a análise da IEA destaque alguns progressos, de modo geral a agência sugere que produtores globais de combustíveis fósseis, assim como governos, estão aquém das promessas de reduzir as emissões de metano. Como lembra a Bloomberg, essa indústria deve reduzir as emissões desse gás em 75% até 2030, afirmou a agência, para estar em ritmo de atingir zero emissões líquidas em 2050, alinhando-se com os objetivos do Acordo de Paris.

Pelos cálculos da IEA, são necessários US$ 170 bilhões para cumprir o compromisso até 2030, dos quais US$ 100 bilhões na indústria de petróleo e gás e US$ 70 bilhões na indústria do carvão, detalha o Guardian. Isso aumentaria as chances de limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, mostra o relatório.

Os Estados Unidos são a maior fonte de emissões de metano provenientes da extração de petróleo – o país bateu recorde mundial no ano passado – e gás, devido à expansão massiva desse segmento em território estadunidense. A China é a maior emissora de metano proveniente da mineração de carvão, enquanto a Rússia também continua a ser uma grande emissora, pois suas operações de combustíveis fósseis são mal gerenciadas, detalha o Guardian.

As operações menos eficientes do setor de combustíveis fósseis são cerca de cem vezes piores do que as mais eficientes, com Turcomenistão e Venezuela sendo os piores infratores. Um vazamento significativo em um poço no Cazaquistão em 2023 liberou grandes quantidades de metano por mais de 200 dias.

Uma tentativa de mudar esse cenário é o MethaneSAT. Desenvolvido pelo Environmental Defense Fund (EDF), em parceria com a Agência Espacial da Nova Zelândia, o satélite, lançado no início deste mês, vai medir emissões de metano na atmosfera.

Al JazeeraEl PaísAxiosReutersEnergy IntelEENewsThe HinduEFEDown to Earth e Business Green também repercutiram o relatório da IEA sobre as emissões de metano.