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Estudo confirma potencial de redução de emissões na pecuária

Estudo confirma potencial de redução de emissões na pecuária

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Tecnologias de recuperação de pastagens degradadas e sistemas de produção de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) estão, como alguns pecuaristas do nosso Estado já sabem e praticam, entre os principais recursos utilizados para mitigar as emissões de gases de efeito estufa (GEEs).

Agora, o estudo “Potencial de Mitigação de Gases de Efeito Estufa das Ações de Descarbonização da Pecuária até 2030″, da Fundação GetulioVargas, vem reforçar a importância dessa prática, não apenas para o meio ambiente, emitindo menos carbono, mas para o pecuarista, que pode elevar sua renda ao  produzir a mesma quantidade de carne com um rebanho menor, ocupando menos espaço.

Realizado pelo Observatório de Bioeconomia da Fundação GetulioVargas (FGV), o estudo desenvolveu um modelo de projeção e mitigação para diferentes ações de descarbonização da pecuária, considerando um cenário de redução gradual de pastagens degradadas e, consequente, incremento de áreas de sistemas de ILPF no país até o ano de 2030.

Os resultados indicam que, considerando a trajetória recente da evolução das pastagens brasileiras, a área total de pastagem em 2030 seria 3,7% menor, contando com 164,3 milhões de hectares. Dessa forma, haveria a liberação de 6,5 milhões de hectares para diferentes usos. Em paralelo, seriam recuperados 27,5 milhões de hectares de pastos degradados. Essa dinâmica de uso da terra poderia oferecer ganhos de produtividade ao rebanho bovino, que atingiria uma taxa de lotação de 1,27 cabeça por hectare.

Considerando essa evolução da pecuária, até 2030 haveria a remoção líquida total de carbono de 1.223,6 bilhão de toneladas de CO2 equivalente, em média 94,1 milhões de toneladas de  CO2 equivalente/ano, invertendo, dessa forma, as emissões do sistema de pecuária associadas às pastagens.

“Ou seja, a adoção em larga escala de uma tecnologia de descarbonização é capaz de transformar uma atividade agropecuária, tradicionalmente emissora, em mitigadora de GEEs. Além disso, o excedente de mitigação poderia compensar uma parcela das emissões diretas e indiretas provenientes de outras atividades agropecuárias”, diz o estudo.

Adicionalmente, a adoção do sistema ILPF em 6,5 milhões de hectares com taxa de lotação de 2,5 cabeças por
hectare, promoveria um acúmulo de 36 milhões de toneladas de CO2 equivalente no solo, volume mais do que suficiente para neutralizar as emissões do rebanho bovino presente nesta área. O balanço final das emissões
provenientes desse sistema atingiria uma mitigação de 86,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente.

“Vale ressaltar que a tecnologia ILPF potencializa a capacidade de descarbonização do setor agropecuário quando associado a outras tecnologias, como recuperação de pastagens degradadas”, revela o estudo.