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Fevereiro bateu recorde de calor, diz observatório climático

Fevereiro bateu recorde de calor, diz observatório climáticoCalor extremo foi sentido na seca do Centro Oeste. Foto: Marcelo Casall Jr./ Agência Brasil

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Nesta quinta-feira, 7/3, o observatório climático europeu Copernicus divulgou que a temperatura da superfície dos oceanos em fevereiro no mundo inteiro foi a mais alta já registrada na história. A média para o mês chegou a 21,06°C, quebrando o recorde anterior, de agosto de 2023, quando o índice foi de 20,98°C. As informações foram divulgadas pela Folha de S. Paulo.

Este também foi o fevereiro mais quente que se tem registro. A média foi de 13,54°C, superando em 0,12°C a temperatura do fevereiro mais quente até então, em 2016. Desde junho de 2023, todos os meses quebraram os recordes de calor para aquele respectivo mês.

“Os oceanos estão quentes devido às altas concentrações de gases de efeito de estufa associadas às emissões humanas. Basicamente, 93% do excedente de calor associado ao aquecimento global fica armazenado nos oceanos. E, a partir das correntes oceânicas, parte desse calor é redistribuído, entregue para a atmosfera”, disse o climatologista Alexandre Costa, professor da Universidade Estadual do Ceará (UECE).

Ainda que o El Niño apresente arrefecimento na região equatorial do oceano Pacífico, as temperaturas da superfície marinha permaneceram em um nível incomumente alto, especialmente para esta época do ano. Costa ressaltou que, normalmente, os oceanos têm dois picos de calor no ano: entre março e abril, e em agosto.

O fevereiro mais quente registrado foi em 2016. Foto: Reprodução/ Copernicus

O observatório tem registros diários de temperatura global que datam até 1940. Os boletins mensais gerados pelo Copernicus usam bilhões de medições de satélites, navios, aeronaves e estações meteorológicas para analisar o estado do clima global.

Quanto à temperatura do ar, fevereiro foi 1,77°C mais quente do que uma estimativa da média de fevereiro de 1850 a 1900. Este período é usado como referência às temperaturas anteriores à Revolução Industrial, que fizeram disparar as emissões de gases de efeito estufa gerados pelas atividades humanas.

Considerando o período de março de 2023 a fevereiro de 2024, a temperatura média global foi a mais alta já registrada.

“Fevereiro se junta à longa sequência de recordes dos últimos meses”, informou em comunicado Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, acrescentando que o fato não é surpreendente.

O ano passado foi o mais quente em 125 mil anos— foi marcado por eventos climáticos extremos, como a seca histórica que atingiu a Amazônia, os gigantescos incêndios florestais no Canadá e os alagamentos na China.