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Mudanças climáticas preocupam mais brasileiros, diz pesquisa

Mudanças climáticas preocupam mais brasileiros, diz pesquisaExtremos como enchente e seca preocupam entrevistados. Foto: Agência Brasil

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A pesquisa Global Views On Climate Change, realizada pelo Instituto Ipsos, revelou que os brasileiros estão entre os mais preocupados com os impactos das mudanças climáticas causada pelas atividades humanas em seu dia a dia nos próximos anos. Os dados foram levantados durante a Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP28), realizada em 2023 nos Emirados Árabes, e divulgados à imprensa nesta semana. As informações são do site Um Só Planeta.

O levantamento aponta que 61% dos brasileiros acreditam que deixarão suas casas nos próximos 25 anos por conta das alterações no clima, o que coloca o País em segundo lugar no ranking geral, atrás da Turquia (68%). A média global é de 38% e os países mais tranquilos sobre a possibilidade de deslocamento são Suécia (21%), Holanda e Alemanha, empatados com 19%.

Pessimismo

Os brasileiros que foram entrevistados na pesquisa demonstraram que estão pessimistas quanto ao futuro do planeta. 85% das pessoas entrevistadas no país disseram que acreditam que os impactos das mudanças climáticas serão ainda piores nos próximos 10 anos, número acima da média global, de 71%.

Sobre essa percepção, o Brasil empatou com o México (85%). Ambos ficaram atrás apenas de Coreia do Sul (88%), Turquia (87%) e Chile (86%). Mesmo na Suécia, país que aparece por último na lista, mais da metade da população (51%) também acredita na piora do clima nos próximos anos.

A pesquisa da Ipsos englobou 31 países, com 24.220 entrevistados, sendo aproximadamente mil entrevistados no Brasil, entre 22 de setembro e 6 de outubro do ano passado.  A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.

Enquanto isso, o gelo derrete

A calota polar da Groenlândia perde uma média de 30 milhões de toneladas de gelo por hora, 20% a mais do que se pensava anteriormente, devido ao aquecimento global. Essa é a conclusão de um estudo, publicado na Nature, realizado por pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia, da Universidade Estadual de San José, e do Instituto Conjunto de Ciência e Engenharia Regional do Sistema Terrestre, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

As técnicas utilizadas até o momento, como a medição da altura da camada de gelo ou do seu peso através de dados gravitacionais, apesar de serem boas para determinar as perdas de gelo que acabam no oceano e elevam nível do mar, não conseguem explicar o recuo dos glaciares que já se encontram majoritariamente abaixo do nível do mar nos estreitos fiordes ao redor da ilha. As informações são do The Guardian.

“As mudanças em torno da Groenlândia são tremendas e estão acontecendo por todo lado – quase todos os glaciares recuaram ao longo das últimas décadas”, disse Chad Greene, do Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia, que liderou a investigação. “Faz sentido que se você despejar água doce no Oceano Atlântico Norte, certamente haverá um enfraquecimento da Amoc (Circulação Meridional de Capotamento do Atlântico), embora eu não tenha uma intuição de quanto enfraquecimento”, informou o estudo.

Mapeamento

Os pesquisadores utilizaram técnicas de inteligência artificial para mapear mais de 235 mil posições finais de glaciares ao longo de um período de 38 anos, com uma resolução de 120 metros. A constatação foi que o o manto de gelo da Groenlândia tinha perdido uma área de cerca de 5.500 quilômetros quadrados de gelo nas suas margens desde 1985, o equivalente a um bilhão de toneladas.

Chad Greene, glaciólogo do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, disse ao jornal que a descoberta da perda extra de gelo também é importante para calcular o desequilíbrio energético da Terra, ou seja, quanto calor solar extra o planeta está retendo devido às emissões de gases de efeito estufa causadas pelo homem.

“É preciso muita energia para derreter 1 trilhão de toneladas de gelo. Portanto, se quisermos modelos de equilíbrio energético precisos para a Terra, isso tem que ser levado em conta”, concluiu.