HomeEconomia

8 em cada 10 cidades de MT não têm preparo para desastres naturais

8 em cada 10 cidades de MT não têm preparo para desastres naturaisTCE avaliou capacidade de resposta a riscos climáticos. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Brasil não pode ficar refém da relação com EUA, afirma Fávaro
Exportações fecham 2022 com US$ 159 bilhões em vendas
Em 100 dias, Mapa reabre mercados e reaproxima Brasil da China

Por André Garcia

A maioria dos municípios de Mato Grosso ainda não está preparada para lidar com desastres naturais. Segundo levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), 81% das prefeituras não têm medidas eficazes para prevenir ou responder a eventos como enchentes, deslizamentos e enxurradas — que estão se tornando cada vez mais frequentes.

De acordo com estudo que faz parte de Nota Recomendatória que avaliou a capacidade de resposta de cada município diante de riscos climáticos, apenas oito cidades do estado foram classificadas com alta capacidade de resposta.

No estado que mais produz grãos e carne no Brasil, isso representa riscos para o agronegócio. Enchentes ou secas mal administradas podem atrasar safras, bloquear estradas e gerar prejuízos para produtores.

Diante desse cenário, o TCE recomenda que as prefeituras adotem cinco medidas principais: criar planos de contingência com mapeamento de risco, seguir diretrizes de sustentabilidade e resiliência, investir em educação ambiental, garantir transparência nas ações e incluir o tema no orçamento.

Como já mostramos, a agropecuária respondeu por 57,4% dos R$ 732,2 bilhões em perdas causadas pelos desastres climáticos nos últimos 12 anos no Brasil. Secas, estiagens e excesso de chuvas geraram prejuízo de R$ 420 bilhões ao setor entre 2013 e 2024, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

População em risco

No Mato Grosso, Tangará da Serra, Rondonópolis, Pontes e Lacerda, Sapezal, Barra do Bugres, Jauru, Porto Esperidião e Guarantã do Norte são os municípios que têm estrutura mais preparada para enfrentar situações de emergência.

Outras 40 cidades aparecem na lista das que apresentam risco elevado para desastres naturais, como deslizamentos, enxurradas e inundações. Em 11 delas — incluindo Barra do Garças, Várzea Grande, Cuiabá, Sorriso e Santo Antônio de Leverger — mais de 6 mil pessoas vivem em áreas já mapeadas como de risco.

Já 13 municípios nem sequer estão cadastrados no sistema federal de informações sobre desastres, o que impede o acesso a recursos emergenciais da União. Entre eles estão: Bom Jesus do Araguaia, Campos de Júlio, Nova Mutum, Santo Afonso e Santa Rita do Trivelato.

Confira a situação dos municípios de Mato Grosso

 📌 Municípios com alta capacidade de resposta:

 Tangará da Serra, Rondonópolis, Pontes e Lacerda, Sapezal, Barra do Bugres, Jauru, Porto Esperidião, Guarantã do Norte.

⚠️ Municípios com capacidade intermediária:

 Cuiabá, Primavera do Leste, Chapada dos Guimarães, Jaciara, Alto Paraguai, Colíder, Novo Mundo, Glória D’Oeste, Itanhangá*, Vila Bela da Santíssima Trindade, Pontal do Araguaia, Diamantino, General Carneiro, Juína, Rio Branco, Nova Marilândia, Nova Mutum*, Novo São Joaquim.

Municípios não cadastrados no sistema federal:

 Araguainha, Boa Esperança do Norte, Bom Jesus do Araguaia, Campos de Júlio, Conquista D’Oeste, Curvelândia, Indiavaí, Ipiranga do Norte, Itanhangá*, Nova Mutum*, Rondolândia, Santo Antônio do Leste, São Pedro da Cipa.

*Itanhangá e Nova Mutum aparecem entre os municípios com capacidade intermediária, mas ainda não estão cadastrados no sistema federal, o que impede o acesso a recursos em caso de emergência.

🌧️ Municípios com risco elevado de desastres naturais:

 Água Boa, Alta Floresta, Apiacás, Aripuanã, Barão de Melgaço, Barra do Garças, Cáceres, Campo Novo do Parecis, Carlinda, Castanheira, Colniza, Comodoro, Confresa, Cotriguaçu, Cuiabá, Feliz Natal, Juara, Juruena, Luciara, Matupá, Nova Bandeirantes, Nova Canaã do Norte, Nova Monte Verde, Nova Olímpia, Nova Santa Helena, Nova Ubiratã, Novo Santo Antônio, Paranaíta, Paranatinga, Peixoto de Azevedo, Rosário Oeste, Santa Terezinha, Santo Antônio de Leverger, São Félix do Araguaia, São José do Rio Claro, São José dos Quatro Marcos, Sorriso, Terra Nova do Norte, Várzea Grande, Vila Rica.

 

LEIA MAIS:

Clima gera R$ 420 bi de prejuízo ao agro em 12 anos

OMM aponta desastres climáticos sem precentes no Centro-Oeste

Desastres climáticos no Brasil aumentaram 460% em 32 anos

Orçamento contra desastres climáticos pode ser reduzido em R$ 200 mi

Desastres naturais já causaram prejuízos de pelo menos R$ 37,3 bi

PEC cria reserva de 5% de emendas para combater desastres naturais

Agropecuária é o setor mais prejudicado por desastres climáticos