Entidades empresariais divulgaram um documento contrário ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) determinado pelo governo, pelo impacto que causará em todos os setores da economia brasileira.
Para o agronegócio, setor que precisa muito de empréstimos para produzir, o aumento prejudica especialmente pequenos e médios produtores rurais, encarece o crédito, afeta exportações e impacta negativamente toda a cadeia do agro, dizem especialistas. Isso porque afeta a principal fonte dos financiamentos rurais no País: as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). As LCAs são ítulos que pegam dinheiro de investidores e o direcionam para o campo.
Com o aumento da alíquota do IOF para empresas de 0,38% para 0,95%, podendo chegar a 3,95%, mesmo que as LCAs continuem sem imposto para o investidor, o impacto aparece em vários pontos:
- Crédito mais caro para todo mundo: Cooperativas, empresas que compram e vendem produtos agrícolas, fornecedores de insumos e agroindústrias (que transformam a matéria-prima) vão pagar mais caro nas suas operações financeiras.
- Lucro menor: Com mais custos, a margem de lucro do setor tende a diminuir.
- Efeito dominó: O aumento de custos em uma parte da cadeia produtiva acaba se espalhando para as outras.
E as LCAs, como ficam?
Como uma ponte que liga os investidores ao agronegócio, os bancos e cooperativas, que são os que emitem as LCAs, terão custos operacionais maiores. Além disso, a capacidade dessas instituições de oferecer boas condições de crédito aos produtores pode diminuir.