Em 2023, de acordo com a Serasa Experian, a concessão de crédito rural e agroindustrial a produtores pessoa física cresceu 6,6%, totalizando R$ 224 bilhões. Mas a tendência deste ano é um aumento com menos intensidade, uma vez que as margens de lucro dos produtores estão menores e o sistema financeiro tem elevado o nível de exigências para liberar recursos. As informações são do Globo Rural.
Segundo César Júnior, gerente executivo de desenvolvimento de negócios agro da empresa, o setor, por definição, é bastante dependente de financiamento de capital para o giro das safras. No ano passado,a procura por recursos se intensificou porque as margens dos produtores estavam elevadas.
“Agora a demanda por crédito continua aí. Há chance de um crescimento menor na tomada de crédito em 2024, mas não de queda”, disse.
Ele revelou que a maioria dos produtores está em dias com os créditos e também não há sinais de que as instituições financeiras deixarão de liberar dinheiro em função da queda dos preços das commodities ou do aumento do número de pedidos de recuperação judicial entre produtores pessoa física.
“O que já está acontecendo é um aumento do rigor no monitoramento e até nas exigências para a concessão”, revelou, citando também uma possível elevação dos juros para o tomador do crédito.
César Júnior afirmou que outro motivo que contribui para a demanda por crédito seguir em expansão, ainda que em ritmo menos acelerado, é o crescimento da área de plantio. A expectativa do gerente da Serasa é de que, com margens apertadas, os agricultores avancem menos na semeadura de grãos da safra 2024/25, ainda que se espere expansão do cultivo no Brasil.