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PIB da agropecuária cai 2,8% no segundo trimestre, diz IBGE

PIB da agropecuária cai 2,8% no segundo trimestre, diz IBGE

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O período de seca neste ano, especialmente nas plantações de milho e café, impactou no rendimento da economia brasileira. A queda de 2,8% no Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no segundo trimestre ante o primeiro trimestre de 2021 foi o pior desempenho dessa atividade desde o primeiro trimestre de 2019, quando houve um recuo de 2,9% ante o quarto trimestre de 2018.

Na comparação com o segundo trimestre de 2020, o PIB da agropecuária mostrou alta de 1,3%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira, 1/9.

No agregado, o ligeiro recuo de 0,1% no PIB ante o primeiro trimestre de 2021 foi a primeira queda desde o segundo trimestre de 2020. Na comparação com o segundo trimestre de 2020, o PIB total apresentou alta de 12,4% no segundo trimestre deste ano,

No auge da crise causada pela pandemia de covid-19, o PIB despencou 9,0% ante o primeiro trimestre de 2020.

Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, a safra do café foi prejudicada pela bianualidade negativa e a do milho, pela estiagem.

“Agropecuária depende muito dos produtos que estão em safra. A gente entrou agora forte com a safra do café, mas ele está no ano da bianualidade negativa, então, como no primeiro trimestre não tem safra de café, puxou bastante para baixo. Tem efeito da estiagem no milho também, mas a soja está com safra recorde. A agropecuária como um todo está sofrendo com o problema climático sim, isso vai afetar a taxa do ano, mas não influenciou tanto na comparação trimestral”.

A soja teve alta de 9,8% e o arroz, de 4,1%. Tiveram taxas negativas o café (-21%), o algodão (-16,7%) e o milho (-11,3%).

PIB NACIONAL

O fraco desempenho da economia brasileira no segundo trimestre de 2021, que ficou praticamente estável com variação negativa de 0,1%, foi puxado pelo resultado da agropecuária (queda de 2,8%), e da indústria, que recuou 0,2%.

Pelo lado positivo, os serviços avançaram 0,7% no período, em comparação com o trimestre anterior.

Em relação ao segundo trimestre de 2020, que foi o pior da pandemia para a economia brasileira, o PIB avançou 12,4%. No primeiro semestre deste ano, o crescimento foi de 6,4%, em relação ao mesmo período de 2020. Palis destaca que, nesta comparação, tanto a agropecuária (3,3%), como a indústria (10%) e os serviços (4,7%) tiveram resultados positivos. Por outro lado, ela lembra que a economia encolheu 5,6% no mesmo semestre do ano passado.

Na comparação com o segundo trimestre de 2020, o setor de serviços teve aumento de 10,8% no geral, com destaque para o setor de transporte, armazenagem e correio (25,3%), comércio (20,9%), outras atividades de serviços, que incluem serviços presenciais (16,1%) e informação e comunicação (15,6%).

O consumo das famílias cresceu 10,8%, o consumo do governo teve alta de 4,2% e os investimentos avançaram 32,9% no segundo trimestre, puxados pelos resultados positivos na produção interna, na importação de bens de capital e na construção.

No setor externo, as exportações cresceram 14,1% e as importações avançaram 20,2% na comparação com o segundo trimestre de 2020.

INDÚSTRIA

Na indústria, Palis destaca a queda na indústria de transformação, em especial a automobilística.

“A indústria de transformação teve uma queda de 2,2%. Ela sofreu nesse segundo trimestre muito por conta da falta de componentes eletrônicos, tem fila de espera, nem está conseguindo atender a demanda. Na indústria de transformação como um todo, há uma disruptura na cadeia produtiva e os insumos estão caros, dada a desvalorização do real”.

Segundo o IBGE, além da indústria de transformação, a queda de 0,9% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos, influenciada pela crise hídrica, contribuiu para neutralizar a alta de 5,3% nas indústrias extrativas e de 2,7% na construção. Também teve crescimento o setor de informação e comunicação, que avançou 5,6%.

Fonte: Estadão Conteúdo