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PIB do agronegócio cresce 8,36% em 2021, segundo Cepea

PIB do agronegócio cresce 8,36% em 2021, segundo CepeaSegmentos primário e de insumos se destacaram em 2021, segundo Cepea. Foto: CNA

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O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, calculado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), cresceu 8,36% em 2021. Ressalta-se que, no último trimestre de 2021, especificamente, o PIB do agronegócio brasileiro chegou a cair, 2,03%, influenciado sobretudo por uma piora nos preços reais do setor. Diante do bom desempenho do PIB agregado do agronegócio em 2021, o setor alcançou participação de 27,4% no PIB brasileiro, a maior desde 2004 (quando foi de 27,53%).

Segundo pesquisadores do Cepea, os segmentos primário e de insumos se destacaram em 2021, com aumentos de 17,52% e 52,63%, respectivamente. O PIB também cresceu para os outros dois segmentos, 1,63% para a agroindústria e 2,56% para os agrosserviços. Dentre os ramos, enquanto o PIB do agrícola avançou 15,88% de 2020 para 2021, o PIB do pecuário recuou 8,95%.

Os dados do Cepea se diferem dos divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 4/3. De acordo com o Instituto, houve uma queda de 0,2% do PIB da agropecuária, no mesmo período analisado.  Isso não quer dizer, no entanto, que os dados não são compatíveis, como explica a Folha.

Isso porque o IBGE acompanha a produção dentro da porteira, ou seja, considera apenas o volume conseguido pelos produtores no período. Já os dados do Cepea e da CNA englobam todo o agronegócio. Além da produção de dentro da porteira e dos preços das mercadorias, eles levam em consideração todo o agronegócio, incluindo insumos, agroindústria e agrosserviço.

Ramo agrícola

O forte crescimento do PIB do segmento primário agrícola decorreu especialmente do alto patamar real dos preços, tendo em vista as expressivas quebras de produção para importantes culturas, devido ao clima desfavorável. Ressalta-se que o avanço da renda nesse segmento não foi ainda maior por conta do também expressivo incremento dos custos de produção – o que pode ser verificado no avanço do PIB dos insumos agrícolas. Esse crescimento refletiu, em grande medida, a alta importante dos preços de fertilizantes e de máquinas agrícolas (mas o aumento da produção nacional de fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas também impulsionou os resultados).

Pesquisadores destacam a importante desaceleração da agroindústria ao longo do segundo semestre de 2021, após sucessivas recuperações observadas ao longo do primeiro semestre. Ainda assim, sobretudo devido ao avanço real dos preços, a indústria agrícola finalizou 2021 com alta no PIB. E com os bons resultados nos segmentos a montante, os agrosserviços prestados ao ramo também avançaram no ano passado.

Ramo pecuário

O fraco desempenho do ramo pecuário teve como principal fator de pressão o aumento expressivo dos custos com insumos, seja dentro da porteira, na agroindústria ou nos agrosserviços do ramo. No segmento primário, o PIB cresceu, mas com resultado bem modesto tendo em conta as fortes elevações dos preços dos animais vivos e do leite.

Em 2021, o aumento do faturamento nas atividades pecuárias não se transformou em aumento do PIB, tendo em vista o avanço ainda mais expressivo do custo com insumos nessas atividades. Ademais, a menor produção de boi gordo também influenciou negativamente o PIB pecuário. Na agroindústria, a relação entre faturamento e custos com insumos foi ainda mais desfavorável, diante das dificuldades de repasse das elevações das matérias-primas ao consumidor final devido à fragilização da demanda doméstica. Com isso, o PIB recuou no ano.

PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio teve crescimento real de 8,36% em 2021, em relação a 2020, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

Já nas contas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB da agropecuária caiu 0,2% no mesmo período analisado. Os números são diferentes, mas não são comparáveis.

O IBGE acompanha a produção dentro da porteira. Considera apenas o volume conseguido pelos produtores no período. Já os dados do Cepea e da CNA englobam todo o agronegócio. Além da produção de dentro da porteira e dos preços das mercadorias, eles levam em consideração todo o agronegócio, incluindo insumos, agroindústria e agrosserviço.

Fonte: Cepea com Folha de S.Paulo

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