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COP-26: Cresce pressão para que países assumam compromissos com o clima

COP-26: Cresce pressão para que países assumam compromissos com o clima

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Às vésperas da COP-26, cresce a pressão para que os maiores poluidores do planeta assumam de uma vez por todas um compromisso firme com a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C. O clamor público por ações efetivas sobre a mudança climática incitou países e empresas em todo o mundo a contribuírem para a conquista do objetivo, porém, pouco progresso tem sido visto.

Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, o IPCC, apontou a necessidade de cortar emissões de gases de efeito estufa o mais rápido possível para conter o aquecimento global. Para isso, é preciso o empenho de todos para alcançar a neutralidade de carbono antes de 2050. Um esforço que deveria começar pelos maiores emissores do planeta.

No entanto, a China e a Índia, os dois maiores poluidores do mundo ao lado dos Estados Unidos, ainda não mostraram projetos efetivos em prol do meio ambiente. A Índia sequer apresentou um plano de redução de emissões de gases de efeitos estufa até meados do século. O país afirma que não deve fazer cortes profundos de carbono como os países ricos, porque é uma economia em desenvolvimento e depende fortemente de combustíveis fósseis.

Com o carvão como principal fonte de energia do país há décadas, a China se comprometeu a “reduzir gradualmente” o uso do combustível fóssil, mas especialistas em políticas para o clima apontam que as ações tomadas para cumprir essas metas são “altamente insuficientes”, segundo a BBC.

Dinamarca, Costa Rica, Ilhas Marshall e seis outros países pediram nesta quinta-feira, 21/10, às maiores economias do mundo que aumentem suas promessas climáticas, alertando que suas ações definirão o tom para a cúpula da COP-26, que ocorre de 31 de outubro a 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia.

“Nossa mensagem é muito clara, a de que precisamos que o G20 se apresente e aumente suas ambições antes de nos encontrarmos em Glasgow”, afirmou à Reuters a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen.

Por sua vez, o presidente da COP-26, Alok Sharma, da Grã-Bretanha, reforçou em um discurso neste mês a relevância do G20, que responde por 80% das emissões globais, para alcançar o sucesso em Glasgow.

Ao mesmo tempo, o G-20, que inclui os maiores emissores do mundo, está dividido sobre a eliminação do carvão e o compromisso de limitar o aquecimento global a 1,5 graus, enquanto se preparam para uma cúpula em Roma, que acontece dias 30 e 31 de outubro sobre o clima.

A necessidade de reduzir os gases do efeito estufa estará no topo da agenda do encontro do G20 em Roma e está sendo visto como um ponto de partida para COP-26.

Desconfiança

A ativista climática Greta Thunberg acusou nesta sexta, 22/10, o Reino Unido de fazer contabilidade criativa de carbono para fingir terem credenciais climáticas.

“Eles são muito bons em contabilidade criativa de carbono, devo admitir, mas isso não significa muito na prática… Esperamos que eles realmente comecem a tratar esta crise como uma crise existencial. E não sei quantas vezes já dissemos isso, mas queremos que eles parem de falar e comecem a agir”, disse, durante coletiva na Unicef.

Jennifer Morgan, do Greenpeace, afirmou à Associated Press que líderes globais precisam “dar esse tipo de esperança e confiança ao povo, de que estão dispostos a fazer coisas que os interesses corporativos não querem que eles façam”.