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Por que a União Europeia mantém barreiras contra carne de frango do Brasil

Por que a União Europeia mantém barreiras contra carne de frango do BrasilFoto: Lucas Scherer/Embrapa

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O jornal “Valor” traz nesta quinta-feira, 2/06, notícias da União Europeia (UE) sobre a manutenção do controle do bloco para a entrada de carne de frango do Brasil em seu mercado. Segundo a publicação, a UE não tem intenção de facilitar a vida dos exportadores brasileiros. O Brasil é, no entanto, fornecedor de 20% da carne de frango que o bloco compra. A resistência ocorre porque, segundo os europeus:

  • As medidas atuais (de controle reforçado sobre a carne) estão relacionadas aos casos de fraude envolvendo autoridades e aos resultados das sucessivas auditorias que identificaram repetidas deficiências que demonstram a falta de confiabilidade do sistema de certificação brasileiro.
  • O controle reforçado – 100% documental e 20% com inspeção física e laboratorial (no Brasil e na UE), algo único – foi adotado em 2017 após as operações “Carne Fraca” e “Trapaça” no Brasil e de resultados negativos de auditorias da Comissão Europeia nas áreas de carne e pescado.
  • Os veterinários irlandeses se sentiram traídos, pois não foram informados que existia a operação Trapaça, que envolveu a BRF e laboratórios da empresa e terceirizados.
  • As auditorias de 2017 demonstraram “que as deficiências identificadas por auditorias anteriores não haviam sido corrigidas, apesar das garantias que haviam sido dadas para esse fim”.
  • Para a UE, somente um resultado favorável de uma auditoria no Brasil permitirá à Comissão Europeia propor aos 27 Estados-Membros o levantamento do controle atual sobre carne de frango brasileira”.
  • A constatação, tanto no Brasil como na Europa, é que houve uma degradação do diálogo com a DG Saúde (Direção-Geral) da UE. A situação teria piorado desde novembro, quando o Brasil denunciou a UE na Organização Mundial do Comércio (OMC) por causa de “controles sanitários discriminatórios para a detecção de salmonela em carne de frango salgada e de peru com pimenta”.
  • A situação foi agravada quando o então ministro da Agricultura, Blairo Maggi, não retirou a BRF da lista de exportadores mesmo após o escândalo envolvendo a companhia. Isso obrigou a UE a publicar um regulamento específico tirando todas as unidades da empresa, e mais algumas, da lista de exportadores para o mercado europeu, o que não é usual.

Fonte: Valor Econômico