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Calor e seca reduzem produtividade da soja, diz estudo do Ipam

Calor e seca reduzem produtividade da soja, diz estudo do IpamProdutores devem estar atentos às mudanças que podem comprometer lucros. Foto: Pixabay

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Você sabia que o aumento das temperaturas e as secas no Cerrado brasileiro reduzem a produtividade da soja?

Esta é a conclusão de  um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia (Ipam) e, publicado na revista International Journal of Agricultural Sustainability. As informações são da Folha de S. Paulo.

Cada aumento de 1°C na temperatura acima da média histórica resulta em uma queda de 6% na produtividade da cultura. Isso destaca a sensibilidade da soja às condições do clima e ressalta a necessidade de estratégias de adaptação e mitigação diante das mudanças climáticas para garantir a sustentabilidade da agricultura.

Daniel Silva, que liderou a pesquisa e faz doutorado na Universidade do Texas (Estados Unidos) explicou que as secas do El Niño em 2015 e 2016 elevaram temperaturas acima de 3°C em áreas do bioma, provocando perdas de produtividade de 18%, sem analisar fatores como manejo de solo, irrigação, pragas etc.

A pesquisa do Ipam revelou que temperaturas médias anuais acima de 21°C estão reduzindo a produtividade da soja no Cerrado. Se as projeções climáticas se confirmarem, a porção Norte do bioma pode se tornar imprópria para a agricultura. Isso destaca a necessidade de considerar os impactos das mudanças climáticas na viabilidade agrícola da região.

Escassez de recursos naturais

É importante lembrar que as altas temperaturas aumentam a demanda por água nas lavouras, resultando em maiores custos de irrigação e necessidade de empréstimos para cobrir esses gastos.

A escassez de água é um dos principais risco para o futuro da produção de soja, com perdas estimadas em R$ 90 bilhões na safra 2021/22 nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, de acordo com dados da Embrapa. Esses números evidenciam a importância de enfrentar os desafios relacionados à disponibilidade de água e adotar medidas de adaptação às mudanças climáticas na agricultura.

Como temos mostrado no Gigante 163, a escalada nas temperaturas e os consecutivos recordes de calor não deixam dúvida sobre o estragos destes fenômenos para o agronegócio. O setor cada vez mais terá que driblar quebras de safra, inflação no preço dos alimentos, estagnação econômica e alta nas taxas de juros, entre outras consequências previstas por diferentes especialistas. Isso vai fazer com que o agro modifique sua dinâmica permanentemente.

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