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Mapa quer de John Kerry investimento na ciência brasileira

Mapa quer de John Kerry investimento na ciência brasileiraMinistro apresentou inovações sustentáveis do agro brasileiro. Foto: Mapa

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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, recebeu, na segunda-feira, 27/2, o assessor especial da Presidência dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, para tratar das propostas de cooperação entre os países acerca das mudanças climáticas.

Fávaro apresentou programas que já estão sendo desenvolvidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para aumento da produção de alimentos livre de desmatamento e com redução na emissão de carbono, como o programa ABC do Plano Safra. Ele propôs que, mais que investimento de recursos, que dependem do Legislativo norte-americano, o país possa contribuir na cooperação técnica na área de pesquisa para que ambos possam aplicar as melhores práticas de produção.

“Os Estados Unidos têm a maior empresa de pesquisa de clima temperado e nós temos a maior empresa de pesquisa de clima tropical. Se nos unirmos, podemos, juntos, encontrar soluções cada vez mais inovadoras para aumentar a produção de alimentos com respeito ao meio ambiente”, disse.

Ao concordar com as propostas apresentadas pelo Brasil para o desenvolvimento sustentável da agropecuária, à medida que inclui os produtores no sistema por meio do incentivo às boas práticas com linhas de crédito especiais, o enviado especial dos EUA destacou a importância da participação do setor no avanço da sustentabilidade.

“Quanto mais fizerem em relação às boas práticas, mais trarão credibilidade para os agricultores e para o país”, ponderou John Kerry.

Redução na emissão de metano na pecuária, utilização de energia limpa e combustíveis renováveis, com desenvolvimento técnico da expertise do Brasil e Estados Unidos na produção de etanol sendo expandido para outros continentes e adoção de práticas que encorajem à adoção de boas práticas pautaram a reunião.

O debate acerca da cooperação científica para o desenvolvimento agro sustentável terá continuidade em uma nova rodada de conversas a ser realizada nos Estados Unidos, em maio deste ano.

Para o vice-presidente Geraldo Alckmin, com quem também se encontrou, Kerry  disse que os Estados Unidos estão empenhados na arrecadação de recursos vultosos para o Fundo Amazônia, embora os norte-americanos ainda não tenham definido um valor a ser doado.

A embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Bagley, disse neste mês que o valor a ser doado para o Fundo Amazônia ainda está sendo definido pelo governo e o Congresso norte-americanos.

Balanço positivo

Após o encontro, John Kerry não concedeu entrevistas aos jornalistas brasileiros, porém o Fávaro falou à imprensa. Ao Valor Econômico, o ministro contou que os EUA enxergam com otimismo os esforços que estão sendo empregados pelo governo atual na preservação dos biomas brasileiros, além do papel de destaque da agropecuária nacional.

“Senti por parte dele e da equipe dele um reconhecimento do esforço do governo brasileiro nesses 60 dias para já mudar a tônica da agropecuária brasileira, mudar os rumos da agropecuária, que estavam caminhando para um processo que não era o ideal, que era de desrespeito ao meio ambiente”, afirmou.

De acordo com o jornal, a reunião também tematizou parcerias de longa data entre Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Serviço de Pesquisa Agrícola (ARS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Elas devem somar esforços para vai mirar, principalmente, a questão climática e a gestão de dados do hemisfério Sul. O ministro mencionou, ainda, o fortalecimento da cadeia de etanol, biocombustível produzido amplamente pelos dois país, e do uso de biológicos.

“São fundamentais para que o Brasil e Estados Unidos tenham produção de alimentos que respeitem o meio ambiente, a condição climática, e que possamos ter segurança climática no futuro”, revelou ao Valor.