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O impacto do El Niño e eventos climáticos na safra de grãos

O impacto do El Niño e eventos climáticos na safra de grãosEspecialistas seguem otimistas, mas também atentos. Foto: Agência Brasil

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O primeiro levantamento para a safra de grãos 2023/24 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foi divulgado com prudência pelos técnicos da estatal, devido às incertezas climáticas que o Brasil e o mundo enfrentam. Embora tenha estimado uma colheita de 317,5 milhões de toneladas, a Conab alertou que a ocorrência do El Niño e de eventos climáticos extremos podem afetar os números finais. As informações são do Globo Rural. 

Sílvio Porto, diretor-executivo de Política Agrícola e Informações da Conab,  explicou que até agora, o ritmo de plantio das principais culturas segue similar ao da safra passada, mas que a companhia ficará atenta aos efeitos climáticos.

“Na safra 2022/23, tivemos um excelente ano em termos de produtividade. Nesse ano, nos preocupa muito nesse nicho em função do El Niño, por excesso de chuvas no Sul e problemas [de falta de chuvas] que poderemos ter no Centro-Norte e Nordeste brasileiro. Estaremos muito atentos ao o que estará acontecendo em termos de clima, com chuvas e estiagens pelo Brasil”, afirmou.

Segundo Silvio Farnese, diretor de Comercialização e Abastecimento da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, o Brasil mantém um patamar de produção “saudável”, com números suficientes para abastecer o mercado interno “com folga”.

“Na safra a ser realizada, dependendo da situação climática, teremos produto suficiente para o abastecimento e para cumprir os contratos de exportação. São números que mostram o setor organizado, e que está respondendo bem às necessidades de abastecimento do mercado interno”, disse.

Edegar Pretto, diretor-presidente da Conab, manteve a expectativa otimista de que o País  poderá bater o recorde da última safra passada, já que haverá um aumento de área plantada de 300 mil hectares. De acordo com ele, o abastecimento de grãos gerará redução de custos na produção de proteína animal neste ciclo.

“A manutenção da produção elevada de milho, aliada às políticas de formação de estoques públicos, é o principal insumo da proteína animal. E temos previsão de redução do custo. A expectativa de produção recorde de aves, suínos e bovinos é de 30,8 milhões de toneladas, com 2,7% de aumento em relação à produção passada. Isso quer dizer comida boa, com qualidade e nutrição na mesa do povo brasileiro e contribuindo para que em breve possamos anunciar que o brasil erradicou a fome outra vez”, concluiu.