HomeTecnologia

Brasileiros desenvolvem robô que analisa solo de forma sustentável

Brasileiros desenvolvem robô que analisa solo de forma sustentável

Dia do Cerrado: sojicultores adotam medida contra desmate ilegal no bioma
Brasil foi o país do G-20 que mais regrediu em metas para cortar emissões, aponta ONU
Indígenas pedem inclusão de Cerrado em regulação europeia

Por Vinicius Marques

Você sabia que existe um robô capaz de gerar análise de solo em  minutos, de maneira sustentável e eficiente? Sem resíduos químicos, o AGLIBS (agro espectroscopia induzida por laser, em tradução livre) pode examinar 1.500 amostras por dia, fornecendo dados como qualidade do solo, déficit de nutrientes, pH, acidez e quantidade de carbono orgânico no solo. E o melhor, a tecnologia é pioneira no País e foi desenvolvida por cientistas brasileiros.

O equipamento utiiza o sistema LIBS, o mesmo usado em robô da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) para analisar solo de Marte, e é resultado da parceria entre Embrapa Instrumentação e a agritech Agrorobótica, uma startup do agronegócio sediada em São Carlos (SP).

Com a praticidade do AGLIBS, o produtor ganha tempo para usar a agricultura de precisão. Com diferentes amostras de sua propriedade, ele consegue mapear os nutrientes em falta de cada área e comprar apenas a quantidade necessária de insumos.

Além disso, o equipamento permite ainda a otimização do sequestro de carbono. A amostra aponta quanto de carbono está estocado na terra, contribuindo para a sustentabilidade da produção e fertilidade do solo.

Segundo o CEO da Agrorobótica, Fábio Angelis, a empresa possui dois focos: certificação de fertilidade e nutriente dos solos e certificação de carbono.

Hoje, para você ter uma ideia, em um metro de solo tem três vezes mais carbono do que em toda a atmosfera ou vegetação do planeta terra”, diz Angelis. “Então o solo é o maior sumidouro de carbono do mundo e as práticas conservacionistas dos agricultores podem deixá-lo estocado.”

Além de apresentar os corretivos de fertilizantes, a equipe de especialistas também oferece ao cliente orientações para o manejo sustentável, indicando como aumentar o nível de sequestro de carbono no solo e obter uma receita inovadora de créditos.

Após muito tempo dedicado à pesquisa e desenvolvimento, a startup, com quase seis anos, possui o primeiro centro fotônico do mundo voltado exclusivamente para a agricultura, localizado no município de São Carlos.

O serviço já está disponível para produtores rurais de todo o Brasil. Basta acessar o portal online da Agrorobótica e entrar em contato, solicitando o orçamento. O valor é calculado em reais por hectares e varia de acordo com os serviços contratados pelo agricultor e o projeto a ser dimensionado.

Como funciona o AGLIBS

 O fundador e CEO da empresa, Fábio Luiz Angelis, descreveu as etapas do serviço ao portal de notícias G1:

1. O solo é coletado pelas equipes e a amostra é georreferenciada no campo usando o aplicativo que demonstra latitude e longitude da área.

2. A amostra segue para o laboratório, em São Carlos, onde é transformada em pastilha, ficando parecida com os pigmentos da maquiagem quando ainda na embalagem.

3. Já dentro do equipamento, a pastilha é atingida por um laser de 10 mil kelvins, temperatura próxima a do Sol.

4. Após se transformar em um plasma (uma nuvem invisível ao olho nu), os cientistas separam os elementos que são nutrientes para as plantas e identificam a quantidade deles.

5. Essa informação gera os mapas de recomendação agronômica, que vão para o agricultor no aplicativo de celular.