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Queimadas quase dobram em novembro em relação a 2021

Queimadas quase dobram em novembro em relação a 2021Querência (MT) é o município mais devastado pelo fogo de todo o país. Foto: Secom-MT

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Dados do Monitor do Fogo do MapBiomas de novembro confirmam a escalada da destruição ambiental, que tem sido a marcados últimos quatro anos. Com 775 mil hectares queimados no mês passado, em todo o território nacional  – índice 89% superior ao registrado no mesmo mês de 2021 -, o Brasil perdeu para o fogo, desde janeiro, a soma dos territórios da Escócia e da República Tcheca.

Precedido pelo Pará, Mato Grosso foi o segundo estado em extensão destruída pelo fogo em novembro. Os municípios de Querência (MT), Lábrea (AM), Pacajá (PA) e Porto Velho (RO) foram os que tiveram maior área queimada no período.

Somados os índices entre janeiro e novembro deste ano,  porém, Mato Grosso lidera o ranking dos Estados que mais queimaram: 3,6 milhões de hectares, extensão equivalente a países como Taiwan ou Guiné Bissau. Nosso Estado foi responsável por quase um quarto do que foi queimado no Brasil nesse período.

Nova funcionalidade

Uma nova funcionalidade do Monitor do Fogo são as áreas queimadas por Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Ela mostra que em novembro as UCs que mais queimaram foram RESEX Chico Mendes (AC), RESEX do Rio Cajari (AP) e RESEX Verde para Sempre (PA). No caso das TIs, o ranking é liderado pela Parque Indígena do Xingu , TI Paresi e TI Capoto/Jarina, todas as três localizadas no Mato Grosso.

As Unidades de Conservação que lideram o ranking de área queimada de janeiro a novembro de 2022 são Parque Nacional do Araguaia (TO) , Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins (TO) e Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, localizado na divisa dos estados do Piauí, do Maranhão, da Bahia e do Tocantins. No período,  as Terras Indígenas que mais queimaram são Parque Indígena do Araguaia (TO), TI Raposa Serra do Sol (RR) e Parque Indígena do Xingu (MT).

De janeiro a novembro

Números do ano assustam. Confira:

  • Os 15,9 milhões de hectares queimados desde janeiro representam um aumento de 13% ao número registrado no mesmo período em 2021 – uma diferença de 1,8 milhão de hectares a mais.
  • 70% da área queimada foi em vegetação nativa, principalmente em formações savânicas e campestres.
  • As florestas tiveram maior aumento em relação ao ano passado: 86%, ou cerca de 2,7 milhões de hectares foram queimados. Desse total, 85% ocorreram na Amazônia.
  • Entre janeiro e novembro, as florestas da Amazônia queimaram quase o dobro do que foi queimado em florestas na região no ano inteiro de 2021.
  • Um terço (30%, ou 2,3 milhões de hectares) do que foi queimado na Amazônia afetou florestas, sendo incêndios ou desmatamento seguido de fogo.
  • Quase metade do fogo registrado no período (48%, equivalentes a 7,7 milhões de hectares) ocorreu no bioma Amazônia.
  • Em segundo lugar vem o Cerrado (46%, equivalentes a 7,3 milhões de hectares).
  • O Pantanal apresentou a menor área queimada nos últimos quatro anos, com 86% de redução de 2022 para 2021 em relação à área queimada de janeiro a novembro.
  • Dentro os tipos de uso agropecuário queimados em 2022, as pastagens se destacaram, representando 25% da área queimada nos onze primeiros meses de 2022.

Fonte: MapBiomas