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Mapa vai capacitar servidores para uso de drones na fiscalização

Mapa vai capacitar servidores para uso de drones na fiscalizaçãoUso da tecnologia será multidisciplinar. Foto: Mapa

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De março a setembro o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) vai oferecer capacitação a 100 auditores fiscais de todo o país. A proposta foi elaborada pela Superintendência de Agricultura e Pecuária de São Paulo (SFA-SP), que recebeu sete drones e câmeras de alta resolução apreendidos pela Receita Federal. Os instrumentos são novos e estão totalmente desmontados. É necessário conhecimento técnico específico para sua montagem e utilização.

“Os drones são versáteis e cada dia mais surgem novas aptidões. No campo da fiscalização, por exemplo, podem otimizar as atividades, auxiliando os fiscais na apuração de ilícitos e evitando a exposição dos servidores a situações de risco”, dissse Uéllen Lisoski Duarte Colatto, chefe de Divisão de Aviação Agrícola do Mapa.

De acordo com Colatto, além de aprender a manusear, fazer ajustes e realizar a manutenção básica, o curso “Operação de drones para fiscalização no âmbito da Defesa Agropecuária” vai incluir o conhecimento sobre as regras para utilização dos equipamentos e dos softwares de imageamento. A ideia da capacitação surgiu de um grupo de trabalho que foi criado pela Divisão de Defesa Agropecuária de São Paulo (DDA-SP) para discutir como os drones poderiam ser aplicados na modernização das ações de fiscalização.

Onde será utilizado

Esse grupo entende que a tecnologia poderá auxiliar nas verificações do uso de fertilizantes (inspeção de plantas industriais, amostragem de fertilizantes a granel), agrotóxicos (auxílio nas buscas por agrotóxicos ilegais em grandes propriedades ou empresas) e de sementes e mudas (fiscalização em campos de sementes, localização de áreas de plantios e de viveiros).

Na área animal, os drones poderão ser um aliado do Mapa nos levantamentos de rebanhos, identificação de locais com rebanhos ou áreas com criatórios de animais, como, por exemplo, criadores de frangos; e na inspeção vegetal (inspeção do estabelecimento e arredores, áreas de produção, passíveis de fiscalização).

Até na fiscalização de produtos orgânicos a tecnologia poderá ser útil, apoiando a inspeção em propriedades, levantamento de insumos proibidos e auditoria em propriedades certificadas. Na aviação agrícola, os equipamentos auxiliam na inspeção em pátios de descontaminação e na verificação de ação da deriva em denúncias. Na sanidade vegetal, o uso será em levantamentos e monitoramentos de pragas dos vegetais, entre outros.

Por se tratar de uma aeronave, o uso está sob o arcabouço do Regulamento Brasileiro da Aviação Civil Especial 94, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), sendo necessário treinamento adequado para que sua utilização seja proveitosa e produtiva para o serviço da Defesa Agropecuária.  Os recursos para custear a entidade de ensino são do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

Expectativas

Os servidores selecionados serão divididos em quatro turmas. As aulas remotas acontecem na plataforma da Escola Nacional de Gestão Agropecuária (Enagro) e começam  no próximo dia 6/3 para a turma 1. As aulas presenciais começam em abril e serão realizadas em Campinas (SP) até 1/9.

O coordenador das operações do programa Vigifronteira, Marcos Eielson Pinheiro de Sá, explicou que diversos servidores de sua equipe foram selecionados para participar do curso. Segundo ele, o drone vai garantir mais segurança aos fiscais ao permitir observações e trabalho de inteligência à distância. Sá também espera melhor eficiência do trabalho, já que a uma altura de 100 metros um drone pode nem ser percebido pelos infratores.

“Com o certificado do curso, poderemos nos cadastrar na Anac para tornar os voos oficiais. As ações registradas servem como provas legais”, explicou o coordenador que nunca operou drones anteriormente.

Fonte: Mapa