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Você sabe o que é a doença da vaca louca e quais riscos ela oferece?

Você sabe o que é a doença da vaca louca e quais riscos ela oferece?Doença se diferencia por forma de contaminação.Foto: Wenderson Araújo/Trilux/CNA

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Por André Garcia 

Um caso confirmado no Pará de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), mais conhecida como “mal da vaca louca”, chamou a atenção nesta semana por resultar no embargo das exportações de gado brasileiro para a China e atingir em cheio a balança comercial mato-grossense.

Mas você sabe o que é esta doença e que riscos ela oferece para a saúde humana?

A EEB é uma enfermidade degenerativa que afeta o sistema nervoso de bovinos. Provocado por uma partícula proteica infecciosa chamada príon, ela se manifesta de duas formas: a clássica e a atípica.

Na primeira, a transmissão se dá por meio de alimento proveniente de carcaças infectadas, como farinhas feitas de carne ou ossos usados como suplemento proteico para o rebanho. Transmissível a outros animais, esta forma, em contato com o organismo humano, origina uma variante chamada doença de Creutzfeldt-Jakob.

Já a forma atípica é menos preocupante, por ser considerada esporádica e é natural. Segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), os exames mostraram que este foi o caso ocorrido no sudeste do Pará.

Sobre a possibilidade de que o mesmo ocorra também em Mato Grosso, dono do maior rebanho brasileiro com mais de 220 milhões de cabeças,  o diretor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi, reforça a pontualidade da situação no Pará.

“[A doença] acontece espontaneamente em alguns animais velhos. Não é transmissível nem no mesmo rebanho e, muito menos, ainda para outros rebanhos. Trata-se de um caso isolado”, concluiu Manzi, .

Segundo cartilha do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ela ocorre em função de uma mutação espontânea de uma proteína normal, não estando relacionada, portanto, com a ingestão de alimentos contaminados.

Incubação

Ainda de acordo com a cartilha do Mapa, a enfermidade pode apresentar período de incubação médio de cinco anos e não existe tratamento e nem vacinas para evitá-la. Animais com a doença podem apresentar nervosismo, dificuldade de locomoção e reação exacerbada a estímulos externos.

Os últimos casos de vaca louca registrados no Brasil ocorreram em 2021, em Minas Gerais e no Mato Grosso. Na ocasião, os casos também foram atípicos, mas a China suspendeu a compra de carne bovina brasileira por 100 dias.

Risco para humanos

Sobre a doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), em 1995 observou-se casos de um tipo novo de ETT (encefalopatias espongiformes transmissíveis) em seres humanos, chamada então de um variante da DCJ. Estudos mostraram grande semelhança entre a variante da DCJ e a doença da vaca louca, apontando se tratar de doenças provocadas pela mesma cepa priônica.

Pessoas com a variante da doença desenvolvem alterações motoras e sintomas psiquiátricos. Segundo o Mapa, no Brasil, desde que foi instituída a obrigatoriedade de notificação da doença, em 2005, nunca houve registro de caso.

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