Por André Garcia
Entre agosto de 2024 e julho de 2025, Mato Grosso reduziu 19% do desmatamento no Cerrado. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nesta quinta-feira, 8/7, foram 400 km² de vegetação derrubada durante o período no Estado.
Em todo o Brasil, os alertas de desmatamento no Cerrado caíram 21%. O resultado (5.555 km²) reverteu tendência de alta registrada desde 2021 no bioma, mas a área derrubada continua superando o total na Amazônia (colocar o total da Amazônia), o que mantém o alerta sobre a região.
Os números resultam de análises do sistema Deter, que traz um indicativo de tendência da taxa anual de desmatamento, que deverá ser divulgada até novembro. Ela é medida sempre de agosto a julho por outro sistema do Inpe, o Prodes, que usa imagens de satélites mais precisas.
Pantanal
No Pantanal, a redução no desmatamento foi de 72%, com 319 km² contra 1.148 km² no período anterior. O bioma também registrou queda de 9% nos focos de incêndios, com 16.125 km² contra 17.646 km² no período anterior.
Os resultados do Pantanal e do Cerrado contrastam com a tendência observada na Amazônia, onde o desmatamento voltou a crescer. No último ano a Floresta perdeu 4.495 km², alta de 4% em relação ao período anterior. O avanço foi impulsionado principalmente por Mato Grosso, que teve alto de 74% nos registros.
Reforço na fiscalização
Segundo o Governo Federal, o fortalecimento da fiscalização tem contribuído para os resultados positivos. Houve aumento de 96% nas operações de fiscalização do Ibama em relação a 2022, com destaque para a ampliação do uso de embargos remotos sobre o uso do solo. Esse instrumento, fortalecido pelo decreto 12.189, permite ações simultâneas em várias áreas dentro de um único processo administrativo.
A atuação da Polícia Federal também cresceu 148% em comparação ao ano anterior, especialmente em regiões de garimpo ilegal. Outro avanço foi a parceria entre a AGU e o Ibama, que passou a responsabilizar infratores nas esferas administrativa, civil e criminal, incluindo agora a cobrança por “dano climático”, com base na emissão de gases de efeito estufa.
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