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MT concentra metade de toda a degradação na Amazônia Legal

MT concentra metade de toda a degradação na Amazônia LegalDegradação reduz capacidade de regeneração da Floresta. Foto: Adam Ronan/Embrapa

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Por André Garcia

Mato Grosso concentrou metade dos 559 km² degradados na Amazônia Legal em agosto. Segundo dados do Imazon divulgados nesta segunda-feira, 29/9, na região como um todo houve queda de 81% na destruição causada pelo fogo e pela exploração de madeira em relação ao mesmo período de 2024, quando 2.870 km² foram afetados.

O resultado é positivo, já que agosto marca o início da fase mais crítica do período seco, quando as queimadas avançam. Ainda assim, o cenário exige atenção: a área destruída é a sétima maior da série histórica e equivale à perda diária de 1,8 mil campos de futebol de vegetação.

“É necessário agir estrategicamente e manter a vigilância nos próximos meses garantindo que o calendário termine com números positivos, diferente do ocorrido em 2024, quando foram perdidos 35.426 km² de floresta, principalmente devido às grandes queimadas”, explica a pesquisadora Manoela Athaíde.

A degradação florestal ocorre quando a floresta perde parte de sua estrutura e biodiversidade, mas não é totalmente derrubada. Este processo reduz sua capacidade de regeneração e de fornecer serviços ambientais, como a regulação do clima e a proteção da fauna.

Mapa da destruição

Depois de Mato Grosso, os estados com maior área degradada foram Pará, com 22%, e Acre, com 14%. Juntos, eles somaram 484 km² de florestas destruídas, uma área superior ao território de Curitiba, capital do Paraná.

Entre os municípios, três mato-grossenses figuram no ranking nacional: Aripuanã lidera com 92 km², seguido por Colniza, na terceira posição (48 km²), e Cotriguaçu, em sexto (22 km²). Outros quatro municípios estão no Pará, dois no Acre e um em Rondônia.

Degradação acumulada cai 54% no ano

De janeiro a agosto, a área degradada na Amazônia Legal caiu de 6.008 km² em 2024 para 2.744 km² neste ano, uma redução de 54%. Mesmo com a queda, a extensão destruída ainda supera o tamanho da cidade de Palmas, capital do Tocantins.

“É necessário reduzir os números de perda de vegetação, que ainda permanecem elevados, proteger a fauna e a flora diretamente afetadas por essas atividades e contribuir para evitar que as mudanças climáticas, impulsionadas pelos danos no bioma amazônico, se agravem ainda mais”, alerta o pesquisador Carlos Souza Jr.

 

Crédito: Imazon

 

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