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Com US$ 5,5 bi, fundo de florestas abre novas portas para o agro

Com US$ 5,5 bi, fundo de florestas abre novas portas para o agroPaíses que conseguirem recuperar florestas serão recompensados. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Por André Garcia

Lançado nesta quinta-feira (6), o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) já nasce com mais de US$ 5,5 bilhões em aportes de países como Noruega, Indonésia e França, além do Brasil. O novo mecanismo de financiamento climático, liderado pelo Brasil, premia quem mantém a floresta em pé — e pode redefinir as regras do jogo para o agronegócio. Ao promover a sustentabilidade e a conservação, o fundo  ajuda na imagem e no acesso a mercados do Brasil a longo prazo.

Os investimentos foram anunciados logo após o lançamento oficial do TFFF, na Cúpula do Clima, em Belém, e deverão ser repassados a países com florestas tropicais que trabalhem pela preservação dessas áreas.

Já anunciaram aportes ao novo fundo: Brasil, (US$ 1 bilhão), Noruega, (US$ 3 bilhões), Indonésia, (US$ 1 bilhão), França (US$ 500 milhões) e Portugal, (1 milhão de euros).

De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, outros anúncios ocorrerão durante a COP30, que acontece de 10 a 21 de novembro, em Belém (PA), como o da Alemanha, que aguardará a reunião bilateral com o presidente do Brasil.

“Já temos 50% do que esperávamos conseguir em compromissos até o ano que vem. A China e outros países já sinalizaram apoio.”

Na prática, países que conseguirem recuperar e manter suas florestas de pé serão recompensados financeiramente por esse esforço. Eles só receberão os valores após verificação por imagens de satélite que confirmem níveis de desmatamento abaixo de limites pré-definidos.

Entenda como vai funcionar

Deduções para cada hectare desmatado ou degradado

A lógica do TFFF é a de que as florestas tropicais regulam o clima global, fornecem água doce e abrigam uma biodiversidade valiosa que impacta a vida de todos ao redor do planeta e a própria sobrevivência da humanidade – e geram benefícios não apenas para o território em que se encontram.

Por isso, a ideia é que os países que trabalham pela preservação sejam recompensados financeiramente, uma vez que os benefícios da floresta em pé são usufruídos por todo o planeta.

O TFFF já está em funcionamento?

A ideia foi anunciada, na COP28 em Dubai, e passa a funcionar neste ano, a partir do lançamento oficial durante a  COP30.

Como ele funciona?

O TFFF se diferencia dos modelos tradicionais como os fundos que são alimentados por doações. Isso porque ele paga por resultados, em vez de financiar projetos e recompensar florestas em pé.

Além disso, prevê um protagonismo das populações indígenas e dos povos e comunidades tradicionais, que desempenham papel direto na proteção das florestas. O mecanismo propõe destinar pelo menos 20% dos pagamentos nacionais a essas populações.

Quem já doou?

Além do aporte inicial de US$ 1 bilhão anunciado pelo Brasil, em setembro, outros países anunciaram investimentos durante a Cúpula do Clima, em Belém:

  • Noruega – US$ 3 bilhões
  • Indonésia – US$ 1 bilhão
  • França – US$ 500 milhões

Quanto será investido no TFFF?

A proposta é que sejam captados, durante a COP30, US$ 25 bilhões por países investidores. Espera-se que o aporte seja um atrativo para alavancar o capital da iniciativa privada e, com isso, reunir US$ 125 bilhões a serem investidos na conservação das florestas tropicais.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o objetivo é mobilizar cerca de US$ 4 bilhões por ano, a serem distribuídos entre os países com florestas tropicais. Esse valor representa, segundo o governo, de três a quatro vezes os orçamentos discricionários dos ministérios do Meio Ambiente dos principais países florestais.

 

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