Por André Garcia
A Nestlé quer reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na produção de leite e no cultivo de cacau no Brasil e garantir neutralidade de carbono até 2050. Para isso, assinou um acordo de cooperação com a Embrapa nesta segunda-feira (10), durante a COP30, na AgriZone, em Belém (PA).
Com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de pesquisas e soluções tecnológicas sustentáveis, a parceria prevê investimentos em pesquisa genética, sistemas agroflorestais e outras práticas regenerativas, com foco em aumentar a produtividade e a resiliência da cadeia produtiva.
“As parcerias entre o setor público e o privado são fundamentais para que o conhecimento científico se transforme em soluções concretas e escaláveis no campo. A união entre a Embrapa e a Nestlé mostra que é possível conciliar produtividade, competitividade e sustentabilidade”, afirmou a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá.
O primeiro projeto, previsto no acordo, vai testar o perfil de emissão de gases de efeito estufa de vacas em lactação submetidas a diferentes dietas. Já o segundo, é voltado ao desenvolvimento de sistemas agroflorestais (SAFs) mais eficientes na produção de cacau na Amazônia.
De acordo com a Embrapa, o plantio sombreado é uma das características da produção no bioma, por isso a integração com a floresta é o modelo recomendado para a região na perspectiva da descarbonização da agricultura.
Como já mostramos, aliado à recuperação de áreas degradadas, o modelo vem se destacando como alternativa de renda para produtores e como estratégia para colocar a região na rota global da cacauicultura. O Brasil, que já foi o maior produtor de cacau do mundo, reúne condições agronômicas e climáticas ideais para isso.
Cooperação
Com quase três décadas de cooperação, Embrapa e Nestlé acumulam bons resultados e mostram que a união entre a iniciativa pública e a privada pode acelerar a transformação sustentável do campo, garantindo melhores oportunidades de mercado aos produtores brasileiros.
“O nosso desafio é mostrar, cada vez mais, a sustentabilidade dos sistemas de produção, seja do ponto de vista econômico, como ambiental e social”, concluiu Silvia Massruhá.
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