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BB vedará crédito rural por desmate ilegal mesmo sem embargo

BB vedará crédito rural por desmate ilegal mesmo sem embargoConsulta será feita em dados do Prodes, do Inpe. Foto: Secom/MT

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O Banco do Brasil (BB) usará a tecnologia para ser mais rigoroso na concessão de crédito rural. O vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do BB, Gilson Bittencourt, afirmou nesta quinta-feira (30), que o próximo passo é vedar financiamento a quem praticou desmatamento ilegal, mesmo que a propriedade não esteja formalmente embargada. As informações são do Globo Rural.

“Tem vedações que antes ficavam apenas no discurso e hoje se consegue colocar na prática, e o Banco do Brasil tem sido fundamental, que é vedar financiamento em unidade de conservação, em terras indígenas, em terras quilombolas. O próximo passo, que começa a partir do ano que vem, é vedar financiamento para quem desmatou ilegalmente, ou seja, não será preciso esperar que aquela área seja embargada. Se houve desmatamento ilegal, fazemos essa ação para evitar que o processo do crédito contribua ainda mais para isso”, afirmou Bittencourt, em Brasília.

A nova regra está prevista no Manual de Crédito Rural (MCR). A partir de 2 de janeiro de 2026, todas as instituições financeiras deverão verificar se houve supressão da vegetação nativa após 31 de julho de 2019 no imóvel rural a ser financiado.

A consulta será feita em dados disponibilizados pelo Ministério do Meio Ambiente, com base no sistema Prodes (Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)

Se o sistema constatar desmatamento no período, o produtor rural deverá apresentar documentos que comprovem que a supressão foi legal- como autorização do órgão ambiental – ou laudo técnico de sensoriamento remoto para demonstrar a ausência de desmate.

Bittencourt destacou que a tecnologia – via imagem de satélite ou Cadastro Ambiental Rural (CAR) – tem sido crucial, permitindo à instituição identificar se o financiamento está em áreas irregulares – como unidades de conservação ou terras indígenas -, o que antes era difícil de rastrear.