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Com queda no desmate, Brasil quer liderar debate na COP 28

Com queda no desmate, Brasil quer liderar debate na COP 28

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Por André Garcia

Boas práticas na agricultura, reflorestamento, produtos de baixo carbono e energias renováveis serão os temas centrais da agenda brasileira na 28ª A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28). A um mês do encontro, organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Dubai, Emirados Árabes, o País reafirmou suas pretensões: liderar o debate ambiental e consolidar-se como provedor de soluções climáticas globais.

Em encontro com a imprensa realizado nesta quarta-feira, 8/11, a secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Ana Toni, explicou que a mudança de governo e a redução do desmatamento deverão abrir caminho para outros debates envolvendo o Brasil, incluindo energia e financiamentos.

“O Brasil chega à COP 28 de maneira oposta a do ano passado, com a cabeça em pé, no sentido de que todo mundo quer mais do Brasil, que está sendo demandado por tudo e todos. Também porque o desmatamento caiu em relação ao ano passado, então esperamos falar sobre isso sem nenhum problema.”

A Conferência, que acontece entre 30 novembro e 12 dezembro, traz entre seus eixos principais a aceleração da transição energética para redução das emissões de carbono até 2030 e o fortalecimento da luta contra as alterações climáticas e a concretização do fundo climático.

Também será apresentado um Balanço Global do Acordo de Paris, que avalia os avanços da redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Ao referir-se a meta de aquecimento máximo prevista no documento, entre 1,5º e 2º até 2030, o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador André Corrêa do Lago afirmou que o País quer ser o “paladino do 1,5º”.

“O Brasil vai ser o paladino do grau e meio. Tem muita gente desanimando de 1,5, mas não queremos ninguém desanimado. Queremos aproximar os países de maneira discreta, de maneira construtiva, em vez de ficar apenas no discurso”, disse.

A questão é fundamental para a proposta de mediação, tendo em vista a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025, quando o Acordo completará 10 anos.

“Em 2025 os países terão que apresentar suas novas metas. Que até lá nós tenhamos pelo menos identificado as mudanças na parte financeira para incentivar as ações e em Belém, finalmente, tenhamos uma realização de que Paris teve um impacto muito positivo e já estejamos para a próxima etapa.”

Agenda de ação

Paralelo à agenda oficial de negociações, serão realizados diversos painéis da chamada “agenda de ação”, com temas como saúde e mudança climática, transportes, agricultura e energia. De acordo com o Itamaraty, a comitiva brasileira contará com 1,5 mil pessoas. Pela primeira vez, o Pavilhão Brasil vai reunir num mesmo espaço os órgãos governamentais e da sociedade civil em painéis.

Neste contexto, o secretário falou sobre a importância das negociações de bastidores, que, inclusive, já vêm sendo feitas pelo País.

“Essa delegação muito grande tem muitos aspectos positivos. Significa que o Brasil está juntando todas as dimensões da sociedade. Nós temos inteligência, academia, ciência, oposição, sociedade civil e tudo isso compõe a delegação brasileira que se apresenta ao mundo como um país que atingiu tal nível [no debate ambiental], que todos os setores estão indo até lá para trazer de volta um debate compatível com o debate internacional”, disse André.

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