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Desmatamento registra queda de 11% na Amazônia

Desmatamento registra queda de 11% na AmazôniaFiscalização vem sendo reforçada no bioma. Foto: Divulgação Ibama/AM

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Por André Garcia

Mato Grosso destoou da tendência de queda do desmatamento na Amazônia e registrou aumento de 25,06% no último ano. O estado responde pela segunda maior taxa de desmate no bioma (27,1%), atrás apenas do Pará (36,2%), segundo o sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os dados foram divulgados em entrevista coletiva coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), nesta quinta-feira (30), e mostram que entre 2024 e 2025 foi desmatada uma área de 5.796 km² em toda a Amazônia.  Isso representa uma queda de 11,08% em relação ao período anterior.

De acordo com o Prodes, que mede a taxa de desmate por satélite em um período anual – que vai de agosto de um ano a julho do ano seguinte -, a redução é a quarta consecutiva, após oito anos sem trégua de aumento. É também o terceiro menor número da série histórica, iniciada em 1988, e o menor número em 11 anos.

Para a ministra Marina Silva, as reduções refletem o fortalecimento das ações de fiscalização e a retomada da governança ambiental, com a reativação de planos de controle do desmatamento e queimadas em todos os biomas.

“Isso é fundamental para que o País contribua para o enfrentamento da mudança do clima em nível global, o que beneficia diretamente a vida dos brasileiros e brasileiras, que já enfrentam, em diferentes medidas, os impactos crescentes do aquecimento global em forma de eventos extremos”, disse ela.

Ações integradas

De 2023 a 2025, o Ibama ampliou em 81% a aplicação de autos de infração relacionados à flora na Amazônia, em 63% o valor das multas e em 51% o número de embargos, com aumento de 49% na área embargada.

Além disso, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) também reforçou sua atuação, realizando 312 ações de fiscalização, 1.301 autos de infração e 816 embargos em unidades de conservação federais.

“Isso só foi possível graças a novos investimentos, à formação de fiscais especializados e a um plano de ação estratégico. As ações são perenes: estamos fortalecendo a proteção das áreas e removendo, com rigor, quem invade e grila terras federais”, disse o presidente do ICMBio, Mauro Pires.

Corte raso

Apesar dos bons resultados, a divulgação traz números preocupantes. O papel dos incêndios está aumentando em relação ao de “corte raso” direto no desmatamento, representando agora 38% da área de floresta perdida, contra 7% em 2022.

“Se não tivéssemos tido esses 2.202 km² de desmatamento por degradação progressiva agora, a taxa atual apenas pelo corte raso teria sido a menor do histórico desde 1988”, afirmou João Paulo Capobianco, secretário-executivo do MMA.

 

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