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Pasto ocupa 15,5 milhões de ha em MT, segunda maior área do País

Pasto ocupa 15,5 milhões de ha em MT, segunda maior área do PaísNúmeros estão atrelados ao desmatamento. Foto: Embrapa

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Por André Garcia

Mato Grosso é o vice-líder entre os estados com maiores áreas de desmatamento para conversão para pastagem, o número é de 15,5 milhões de hectares, o que representa uma extensão um pouco maior que a de todo o Ceará.

Crédito: MapBiomas

Dados publicados pelo MapBiomas nesta sexta-feira, 6/10, mostram que a agropecuária já ocupa um terço do território do Brasil, tendo chegado a 282,5 milhões de hectares (ha) em 2022. Desse total, 58% correspondem a pastagens, cuja área, que cresceu mais de 60% nas últimas quatro décadas, é 164,3 milhões de hectares.

O líder do ranking é o Pará (18,5 milhões de ha) e o terceiro colocado é Rondônia (7,4 milhões de ha), seguido por Maranhão (5,4 milhões de ha) e Tocantins (4,5 milhões de ha). Todos eles estão localizados na Amazônia e no Matopiba, como já mostrado pelo Gigante 163, uma das principais fronteiras de devastação atualmente.

Assim, o avanço da atividade reforça a preocupação com a conservação dos biomas, já que dois terços (64%) da expansão da agropecuária no País é resultado do desmatamento para pastagem, ou seja, cerca de 64,5 milhões de ha.

Avanço por período

De acordo com o MapBiomas, a conversão de vegetação nativa para pastagem manteve altos patamares em 38 anos, com queda no período de 2008 a 2012, mas tendência de aumento a partir de 2013. Embora no Brasil predominam pastagens com mais de 20 anos (69%), na Amazônia, quase metade (45,3%) delas têm menos que isso.

Em todo o País, apenas 15% da pastagem foi formada nos últimos dez anos. Três em cada quatro hectares de pasto na Amazônia (73%) foram formados a partir dos anos de 1990, sendo que 14,8% foram formadas nos últimos cinco anos.

Amazônia

Boa parte desse crescimento se deu na Amazônia, onde o pasto ocupava 13,7 milhões de hectares em 1985 e saltou para 57,7 milhões de hectares em 2022. O avanço constante levou o bioma a ultrapassar o Cerrado, onde houve um leve declínio, de 55 milhões de hectares de pastos para 51,3 milhões de hectares, no decênio entre 2013 e 2022.

 

Crédito: MapBiomas

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