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Restauração florestal atrai investimento internacional para MT

Restauração florestal atrai investimento internacional para MTProjeto mobiliza iniciativa pública e privada por restauração. Foto: Sema-MT.

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Por André Garcia

Mato Grosso deverá receber investimento internacional para recuperar mais três mil hectares de áreas degradadas, por meio do programa “Todos pelo Araguaia”. Os recursos, oriundos da ONG Pró Natura Internacional, foram articulados durante a Semana de Ação Climática – a London Climate Action Week (LCAW), nesta semana.

O acordo reforça o potencial de iniciativas voltadas à recomposição, que têm atraído atenção do mercado internacional por sua capacidade de gerar créditos de carbono, ativar cadeias produtivas locais e diversificar fontes de financiamento rural.

De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), no início de junho, o Banco Alemão de Desenvolvimento e Fomento KFW também fechou um lote de 420 hectares. O investidor já está em fase de contratação das instituições que farão a execução da restauração nas áreas selecionadas.

Para a secretária de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, a inclusão do crédito de carbono na estratégia de financiamento torna a proposta ainda mais atrativa para os empreendedores.

“A grande novidade está na inclusão do carbono resultante da restauração, na estratégia do programa. Considerando que os recursos disponíveis não são suficientes para demanda global, serão apoiados aqueles que apresentarem os projetos mais consistentes, e nesse aspecto Mato Grosso se posiciona com destaque”, disse.

O Programa Todos Pelo Araguaia abrange 12 municípios, mobilizando poder público, iniciativa privada e produtores rurais pela revitalização da Bacia do Alto Araguaia. O trabalho é feito por meio da recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs), da conservação do solo e da promoção de práticas sustentáveis na agropecuária.

Restaurar para lucrar

O interesse internacional reflete um movimento mais amplo em curso no Brasil, onde estudos já apontam o alto potencial de lucro associado à restauração em larga escala.

Recentemente, um estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) identificou que, só na Amazônia há 4 milhões de hectares com potencial para a restauração. Essas terras fazem parte de áreas de baixo potencial agrícola, ou seja, não competem com o cultivo de grãos. Mato Grosso tem mais de 1 milhão de hectares aptos.

Segundo levantamento da Boston Consulting Group (BCG), a estratégia também pode ajudar a gerar até US$ 100 bilhões até 2050 no Cerrado, o segundo maior bioma de MT.  Em todo o Brasil, o Cerrado apresenta 23,7 milhões de hectares de pastagens degradadas, que podem ser recuperadas e incorporadas a sistemas agrícolas de alta produtividade.

 

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