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Saiba os benefícios da rastreabilidade para o produtor

Saiba os benefícios da rastreabilidade para o produtorBenefícios distribuem-se ao longo da cadeia. Foto: Insper

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Por André Garcia

Como já mostramos, países exportadores têm sido cada vez mais pressionados a oferecer evidências da observância de aspectos sanitários, ambientais e sociais. O Brasil, como importante fornecedor global de alimentos e detentor de parcela relevante dos recursos naturais do globo, é um dos que têm sido cobrado com maior contundência por ferramentas como a rastreabilidade.

Mas, para além de atender demandas do mercado internacional, o controle sobre as commodities agrícolas também pode promover melhorias da porteira para dentro. É o que mostra pesquisa realizada pelo Insper Agro Global, que ouviu representantes da cadeia da pecuária de corte bovina entre abril e agosto deste ano com para entender como os atuais modelos de monitoramento são avaliados e implementados.

Os principais benefícios esperados de um sistema de rastreabilidade, segundo o estudo, distribuem-se ao longo da cadeia. Assim, embora demonstre onde o gado foi criado durante toda sua vida, há outros aspectos que também são valorizados, tais como geração de dados e informações que promovam melhorias na gestão e entendimento do negócio dentro da porteira.

Ou seja, uma visão de ferramenta que permite aprimorar os índices técnicos – como ganho médio de peso diário, a escolha de animais, e o agrupamento em lotes homogêneos, por exemplo, e que oferece condições de melhorar a gestão financeira. Essa constatação, embora já ocorra em alguma medida entre os pecuaristas, ainda encontra espaço para ser trabalhada como benefício da incorporação do sistema.

“Se o produtor conhece melhor seus animais e tem mais controle sobre a produção, ele se torna mais organizado e consegue enxergar com mais facilidade os pontos de melhorias e de gerenciamento da propriedade”, disse recentemente ao Gigante 163 o superintendente da Associação Novilho Precoce, Alexandre Guimarães.

A partir disso, constata-se outro benefício, que é a diferenciação dos produtores.

Por último, a produção que não agride ao meio ambiente foi apontada como um benefício para a cadeia. A expectativa é que o monitoramento, por produtores e processadores, dos locais por onde os animais passa ao longo da vida, gere um fluxo de informação contínuo, que permita inibir transações de animais provenientes de áreas com desmatamento ilegal.

No entanto, a pesquisa ressalta que há uma clareza de que a rastreabilidade não necessariamente resolve o problema do desmatamento no país, mas que a transparência pode inibir o processo da ilegalidade. O resultado disso é que nos elos de processamento e varejo, observou-se a credibilidade como benefício comum, resultante da disponibilidade de informações.

“Mercados como o europeu e de alguns países asiáticos têm se preocupado mais com a origem do alimento, se é seguro ou não, além da questão social e ambiental envolvida na cadeia. Nosso potencial de expansão está exatamente aí, na exigência por produtos de melhor qualidade, que terão mais valor agregado”, explicou Alexandre.

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