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Área tratada com biológicos cresce 29% no Brasil

Área tratada com biológicos cresce 29% no BrasilProdutos ainda apresentam potencial de expansão. Foto: Reprodução/Apex Brasil

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O Brasil está utilizando cada vez mais produtos biológicos em vez de químicos para o controle de pragas nas lavouras de soja, milho e algodão. A área tratada com os bioinsumos passou de 35 milhões de hectares na safra 2021/2022 para 58 milhões na safra 2023/2024, um crescimento de 29% em cinco anos.

De acordo com pesquisa da Kynetec, publicada na última semana pela Band, o setor de biológicos — que inclui o uso de bactérias, fungos, ácaros e vírus — já movimenta cerca de US$ 8,2 bilhões e deve atingir US$ 25,7 bilhões até 2030.

Para o pesquisador Wagner Bettiol, da Embrapa Meio Ambiente, o avanço dos bioprotetores representa mais do que uma tendência de mercado: é uma resposta à demanda por práticas agrícolas mais conscientes, seguras e resilientes.

“Ao proteger as plantas sem comprometer o meio ambiente, os bioprotetores restabelecem o equilíbrio dos agroecossistemas, reduzem a exposição de trabalhadores rurais a produtos tóxicos e oferecem alimentos mais seguros aos consumidores”, afirma.

Mesmo com o avanço, os bioprotetores ainda correspondem a apenas 4% do total de produtos fitossanitários utilizados no País — o que indica um enorme potencial de expansão.

Programa Nacional

Criado em 2020, o Programa Nacional de Bioinsumos, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), tem sido um dos principais motores desse crescimento. A política incentiva produtos e tecnologias de origem biológica que favorecem o desenvolvimento das plantas, melhoram a saúde do solo e fortalecem a sustentabilidade dos sistemas agropecuários.

Segundo Bettiol, o país ainda enfrenta desafios, como desenvolver bioherbicidas, ampliar a diversidade de microrganismos disponíveis e adaptar a produção às mudanças climáticas.

“Com ciência, políticas públicas e inovação trabalhando em conjunto, o Brasil tem tudo para seguir como líder mundial no desenvolvimento e uso de bioprotetores. E, mais do que isso, tem a oportunidade de construir uma agricultura com menos veneno e mais vida”, ressalta.

Bionematicidas em expansão

Conforme o levantamento, os agricultores brasileiros ampliaram o uso de bionematicidas, que já representam 47% da área tratada com bioprotetores. Esses produtos eliminam nematoides, vermes microscópicos que atacam as raízes das plantas, comprometendo o desenvolvimento e a produtividade.

Em seguida, aparecem os bioinseticidas (36%), voltados ao controle de insetos, e os biofungicidas (17%). Em culturas como soja, milho e algodão, o uso de bionematicidas já supera o dos produtos químicos: em 2015, representavam apenas 6% do mercado; em 2022, chegaram a 75%, enquanto os nematicidas convencionais caíram para 25%.

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