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Cresce a procura por bioinsumos em função dos preços dos fertilizantes

Cresce a procura por bioinsumos em função dos preços dos fertilizantesBioinsumos representam apenas 4% do setor que movimenta R$ 60 bi. Foto: Embrapa

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A disparada de preços dos fertilizantes e dos defensivos agrícolas tem acelerado a procura por bioinsumos. A tendência, segundo os fabricantes, já era crescente em razão do avanço dos princípios da sustentabilidade no agronegócio por conta de questões climáticas e ambientais. Mas ganhou um fôlego extra nos últimos meses, o que fez indústrias ampliarem a capacidade de produção.

O que são bioinsumos?

Bioinsumos são microrganismos usados para controlar pragas e doenças nas plantas. Aplicados no solo, têm a capacidade de dissolver o fertilizante retido de outras safras. Com isso, é possível reduzir o uso e o gasto com adubação.

Bioinsumos ainda representam parte pequena do mercado de proteção de plantas, cerca de 4% de um setor que movimenta R$ 60 bilhões no País anualmente. Mas as indicações são de crescimento.

Crescimento

A SoluBio, por exemplo, é uma das empresas que sentiram o aumento da procura por bioinsumos. Entre 2018 e 2021, o volume de entregas de bioinsumos produzidos pela companhia crescia entre 80% e 100% anualmente. Neste ano, a procura disparou. Alber Guedes, presidente da empresa, diz que deve atender em 2022 com os bioinsumos uma produção perto de 3 milhões de hectares. O crescimento será de 300% a 400% sobre 2021.

Movimento semelhante ocorreu na Korin Agricultura e Meio Ambiente. A expansão da fábrica de bioinsumos de Ipeúna (SP), programada para 2025, vai ser antecipada para o ano que vem, com aumento de mais de 100%.

Safra mais cara da história

O fertilizante é o item que mais deve contribuir para que a próxima safra de grãos seja a mais cara da história recente, segundo analistas especializados em agronegócio. Nas contas do superintendente da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, Anderson Bertoletti, o aumento do preço do produto no último ano foi de 140%, seguido pelo dos defensivos (de 60% a 70%) e pelo das sementes (15% a 20%).

Neste momento, a indústria de adubos está fazendo uma ginástica enorme para disponibilizar os fertilizantes em razão de problemas logísticos decorrentes da guerra na Ucrânia, aumento de custos de frete marítimo e a maior demanda mundial por adubos, segundo o diretor executivo da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), Ricardo Tortorella.

As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.