Por André Garcia
Independentemente do acordo firmado entre EUA e China para reduzir temporariamente as chamadas “tarifas recíprocas” sobre produtos agrícolas e tecnológicos, o Brasil aproveita para expandir a presença no mercado chinês. Nesta terça-feira, 13/5, cinco novos produtos do agronegócio brasileiro foram autorizados para exportação, o que pode gerar impacto de US$ 20 bilhões na balança comercial do setor.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a abertura de mercado inclui carne de pato, carne de peru, miúdos de frango (como coração, fígado e moela), grãos secos da produção de etanol de milho (DDG e DDGS) e farelo de amendoim.
“O Brasil alcança uma conquista histórica com o maior número de aberturas de mercado para a China de uma única vez. Um reflexo da confiança mútua e da boa relação entre os dois países”, afirmou o ministro Carlos Fávaro durante a assinatura dos acordos, no Grande Palácio do Povo, em Pequim.
Na ocasião, também foi assinado o Memorando de Entendimento (MoU) entre o Mapa e Administração-Geral de Aduanas da China (GACC). O acordo tem como objetivo promover a comunicação e a cooperação entre os dois países na área de medidas sanitárias e fitossanitárias.
Em 2024, a China importou US$ 155 milhões de miúdos de frango, US$ 50 milhões de carne de peru, US$ 1,4 milhão de carne de pato, mais de US$ 66 milhões em DDG e DDGS e US$ 18 milhões em farelo de amendoim, segundo dados da aduana chinesa.
Agora, somente a autorização para a comercialização das três proteínas de carne de aves gera uma expectativa de mais de R$ 1 bilhão em receita cambial para o Brasil. Com os acordos, o agronegócio brasileiro alcança a 62ª abertura de mercado em 2025, totalizando 362 novas oportunidades de negócio desde o início de 2023.
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