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Programa quer colocar 3 mil produtores no mercado internacional

Programa quer colocar 3 mil produtores no mercado internacionalAlan Nunes e Mika Kochiya, da Kon Frutas. Foto: CNA

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Por André Garcia

Por meio da qualificação e da inovação, o AgroBR mostra que pequenos e médios produtores também podem conquistar o mercado internacional. Desenvolvido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o programa tem como nova meta impulsionar as exportações de 3 mil empreendedores rurais de diferentes setores.

A iniciativa é realizada em parceria com a ApexBrasil e com o Sebrae, e garante treinamento gratuito e personalizado para quem deseja exportar alimentos e bebidas. Na primeira fase do programa, foram atendidos 450 produtores. Na segunda, encerrada em agosto, dos 1.200 selecionados, 428 realizaram exportações.

“Exportar é difícil, mas com as ferramentas do nosso programa o pequeno produtor está entendendo que não é tão difícil assim. Ele não precisa encher um navio – pode exportar apenas um contêiner ou uma caixa”, explicou à reportagem do Globo Rural o coordenador de Promoção Comercial da CNA e gestor do projeto, Rodrigo da Matta.

A estratégia

O AgroBR completa cinco anos e meio com novas metas e um reforço tecnológico: a inteligência artificial Agnes, desenvolvida pela própria CNA para ajudar produtores a entender e conquistar os mercados externos, tirando dúvidas, enviando informações sobre feiras e até simulando conversas com compradores estrangeiros.

Para isso, os candidatos passam por uma análise de perfil que gera uma pontuação para definir os selecionados. Os aprovados participam de cursos sobre formação de preços, certificações, adequação de rótulos e embalagens, marketing internacional e simulação de negociações em diversos idiomas.

Quem dá os primeiros passos no mercado internacional pode continuar acessando as ferramentas do programa, mas o foco passa a ser os iniciantes que demandam mais atenção. Segundo Rodrigo, quem está começando leva, em média, dois anos para fazer a primeira exportação, mas há casos de produtores que conseguiram em seis meses.

Bioeconomia em foco

O programa também pode consolidar o Brasil como referência mundial em bioeconomia e sustentabilidade, já que prioriza produtores de cafés, frutas e derivados, castanhas, farinhas, azeites, cacau, chocolates especiais, mel, própolis e produtos da biodiversidade brasileira, como açaí e cupuaçu.

Um exemplo disso é a Kon Frutas, de Campo Grande (MS), empresa criada por Alan Nunes e sua esposa Mika Kochiya. O negócio nasceu da vontade do casal de gerar uma renda extra e do desejo de aproveitar a área da família, que até então era utilizada apenas como pasto.

“Sempre tivemos amor pela terra e buscamos ver o campo prosperar com qualidade, tecnologia e fruta boa de verdade. Fizemos toda a pesquisa para verificar qual seria o melhor negócio a implantar na chácara e decidimos investir na fruticultura. Nosso sonho é que a Kon Frutas se torne referência em qualidade para o mundo todo”, conta Mika.

Vitrine internacional

No início de outubro, o programa levou participantes à Fruit Attraction, em Madri — a maior feira de frutas do mundo.  Em setembro, eles tinham ido à Expoalimentaria, no Peru, e à Apimondia, na Dinamarca. Ainda neste ano, o AgroBR trará compradores internacionais ao Brasil, em eventos em Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA).

Em cada edital para feiras, cerca de 25 vagas são abertas, sendo que pelo menos 15 produtores recebem subsídio para passagens e hospedagem. As inscrições para participar do programa podem ser feitas pelo site: https://cnabrasil.org.br/participeagrobr.

 

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