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A depender do Estado, quebra vai de 8% a 25% na safra de soja 2023/24

A depender do Estado, quebra vai de 8% a 25% na safra de soja 2023/24Em MT a perda pode chegar a 17% da safra da soja. Foto: Wenderson Araújo/ CNA

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O setor produtivo vê quebra de 8% a 25% na safra brasileira de soja 2023/24, variando conforme o Estado. A irregularidade das chuvas é um fator relatado em unanimidade por todos os Estados, com déficit hídrico no Centro-Oeste e no Norte do País e excesso de chuvas na região Sul.

Em Mato Grosso, principal produtor do grão, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato) estima perda de 15% a 17% na produção.

“Há regiões com quebra de até 50% em virtude da redução de produtividade da safra da soja. Para a segunda safra de milho, o desenvolvimento da soja vai comprometer a janela de plantio”, disse ao Estadão Conteúdo o presidente da Famato, Vilmondes Tomain.

Os números foram apresentados na quinta-feira, 11/1, pelos representantes setoriais de cada Estado na reunião extraordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Soja e da Câmara do Milho do Ministério da Agricultura para mensurar a quebra da safra.

Os números apresentados são, assim,  piores que o projetado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na quinta-feira 11/01.

Pessimismo

O pessimismo com a produção se deve a problemas já noticiados pelo Gigante 163, como atrasos no plantio, necessidade de replantio de algumas áreas, estiagem na região Centro-Oeste e Matopiba e calor excessivo nas lavouras em todo o país. De acordo com o Globo Rural, no balanço informal feito pelas lideranças, a colheita é estimada em torno de 135 milhões de toneladas.

A Pátria Agronegócios apresentou um levantamento atualizado, feito a pedido da da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), com a projeção de produção de 143,18 milhões de toneladas, redução de 7,4% em relação ao volume consolidado colhido na safra 2022/23.

“O epicentro dos problemas está na região central do país, a principal produtora, que tem sofrido mais com a presença do El Niño de alta intensidade”, disse Matheus Pereira, diretor da empresa.

A área plantada de soja no país, segundo a Pátria, ficou em 44,4 milhões de hectares, a menor elevação dos últimos 13 anos. Já a produtividade média nacional deve recuar 8,1%, para 3,2 toneladas por hectare. Para a Pátria, em Mato Grosso, principal produtor do país, a produção deve cair 17% na comparação com a colheita de 2022/23, para 37,8 milhões de toneladas.

Com isso, a Pátria Agronegócios projeta um quadro de oferta e demanda no Brasil com 147,8 milhões de toneladas de disponibilidade total, consumo doméstico de 57,1 milhões de toneladas e exportação de 88 milhões de toneladas na safra 2023/24. O estoque final previsto nesse cenário é de 145,1 milhões de toneladas.

Situação em Mato Grosso

O analista Eduardo Lima Porto contou à Agfeed que, no caso de Mato Grosso, as localidades onde a situação está “muito ruim” são parte de Sorriso (que declarou situação de emergência), Lucas do Rio Verde, Tapurah, Nova Mutum, São José do Rio Claro e Diamantino. “Verificamos problemas muito sérios nas cidades que ficam no entorno destes polos”, disse.

Entre os mais afetados estão os produtores de algodão segunda safra, que iniciaram o plantio da soja nos primeiros dias de setembro. “Segundo a tabela do IMEA que mostra o avanço do plantio no Estado, mais de 70% da área total foi plantada até o final de outubro, revelando que o potencial de comprometimento é muito sério”, afirma Porto.

Ele admite que “nem tudo é negativo no Mato Grosso”. Algumas regiões conseguiram escalonar o plantio à espera de uma condição de umidade mais adequada. Nessas áreas, segundo Porto, se verifica uma situação bastante diferente e com perspectivas positivas de colheita, eventualmente não tão boas como em anos anteriores, mas comparativamente muito melhores do que as áreas onde a seca condenou grandes extensões.

“Dentre os municípios que estão em situação razoável, cito Claudia, Santa Carmen, parte de Vera até Guarantã do Norte. Os relatos da região de Colíder, Nova Canaã do Norte, Alta Floresta e a região do Alto Xingu são mais otimistas”.

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