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Agro ocupa 32% do Brasil e avança em intensificação do solo

Agro ocupa 32% do Brasil e avança em intensificação do soloMilho é a principal cultura de segunda safraFoto: Wenderson Araújo/ CNA

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Por André Garcia

A agropecuária ocupa 32% do território brasileiro, segundo o levantamento mais recente do MapBioma.  Mais da metade dessa área, 56,7%, é formada por pastagens plantadas, enquanto 23% correspondem às lavouras, o que mostra que o setor avança principalmente pela intensificação do uso do solo, e não pela abertura de novas áreas.

As imagens de satélite revelam um avanço consistente na intensificação produtiva, impulsionada principalmente pela segunda safra. A estratégia já responde, por exemplo, pela maior parte do milho produzido no País e transforma a sucessão com a soja em um dos pilares da agricultura brasileira.

“A segunda safra é um trunfo da agricultura tropical na produção de grãos. Ela incrementa o retorno econômico ao produtor e colabora na conservação da vegetação nativa, pois permite aumentar a produção sem abrir novas áreas”, destaca o professor Eliseu Weber, um dos coordenadores do tema de agricultura do MapBiomas.

O mapeamento aponta que o milho é a principal cultura de segunda safra no Brasil. Em 2024 foram identificados 14,7 milhões de hectares, 2,5 milhões de hectares de algodão e 6,5 milhões de hectares de outros cultivos temporários. Cerca de 95% das lavouras de milho de segunda safra foram implantadas após a colheita da soja.

De acordo com Eliseu, o milho, em especial, deixa uma palhada abundante após a colheita, fundamental para a conservação do solo e da água e para a fixação de carbono no solo via plantio direto. Mas a expansão da segunda safra também enfrenta desafios.

“Um deles é a degradação do solo pelo uso mais intensivo, requerendo atenção especial com as práticas de manejo. Há também o clima, com tendência de redução da chuva e de alongamento da estação seca, que pode inviabilizar a segunda safra no futuro, especialmente do milho”, acrescenta.

Centro Oeste

O Centro-Oeste concentra alguns dos maiores volumes de segunda safra do País. Mato Grosso lidera com folga. Em 2024, o estado cultivou 7,1 milhões de hectares de milho, além de 1,6 milhão de hectares de algodão.

No Mato Grosso do Sul, a segunda safra ocupou 2 milhões de hectares. Desse total, 1,9 milhão foi de milho e 100 mil de algodão. Goiás aparece com o mesmo volume, 2 milhões de hectares, sendo 1,7 milhão de milho e 300 mil de algodão.

Soja como base do sistema

A soja sustenta toda essa dinâmica. O cultivo passou de 4,5 milhões de hectares em 1985 para 40,7 milhões em 2024. Quase dois terços dessa área tiveram dois ciclos de cultivo no ano. Outros 6,1% chegaram a três ciclos. Apenas 21% permaneceram com ciclo único.

Depois da colheita da soja em 2024, foram plantados 14 milhões de hectares de milho, 2,4 milhões de hectares de algodão e 6 milhões de hectares de outras culturas temporárias. Mato Grosso novamente aparece no topo, com 6,7 milhões de hectares de milho em sucessão à soja, o equivalente a 94% de todo o milho produzido ali.

 

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