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Vassourinha-de-botão pode gerar redução de até 75% da produção de sorgo

Vassourinha-de-botão pode gerar redução de até 75% da produção de sorgoFoto: Fundação MT

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Planta daninha com grande diversidade de espécies, a vassourinha-de-botão é nativa do Brasil, especialmente da região Norte e Nordeste. Economicamente, as espécies Borreria spinosa (=Borreria densiflora) e Borreria verticillata, como são perenes, causam maior preocupação e prejuízos.

Pelos levantamentos iniciais dos especialistas, essas são as espécies de maior ocorrência no Cerrado, justificada pela dificuldade de manejo (devido à tolerância ao herbicida glifosato) e capacidade de sobrevivência em condições adversas, como a seca. No entanto, ainda não existe um mapeamento com a distribuição das espécies na região, incluindo o Mato Grosso.

A vassourinha-de-botão, estando presente na área, causará problema em todas as culturas cultivadas no local, seja soja, algodão ou milho na primavera/verão (primeira safra), ou na segunda safra com sorgo, milho ou algodão. Pelo tamanho da área cultivada e importância econômica, a cultura da soja é a mais estudada. Porém, todas as outras culturas em rotação ou sucessão à soja também serão prejudicadas.

Identificação

Na espécie Borreria spinosa, entre as características marcantes estão as folhas mais largas, além da presença de 1 a 5 glomêrulos por ramo, que são as inflorescências. Já a Borreria verticillata possui as folhas mais estreitas (finas) e de 1 a 3 glomêrulos por ramo. A espécie Borreria remota é uma planta herbácea, rasteira e com caule e ramos arroxeados. Já Mitracarpus hirtus é outra espécie herbácea, também de pequeno porte (até 50 cm) e com inflorescências terminais e verticilares.

Prejuízos

Na cultura em que a planta está presente, a perda mais evidente é a redução na produtividade de grãos. Dependendo da densidade de plantas por m², pode atingir até 28% para soja e de até 75% para sorgo em sucessão à soja, segundo estudos realizados.

Manejo

O manejo químico é muito importante, mas não deve ser usado como ferramenta única. O estabelecimento de culturas (segunda safra) ou espécies de cobertura na entressafra (outono/inverno) também é muito importante, e deve ser considerado. O ideal é não deixar a área em pousio, com as plantas daninhas produzindo sementes e aumentando o banco de sementes do solo.

Para o manejo de plantas adultas de vassourinha-de-botão, existem alguns herbicidas chaves ou fundamentais para o sucesso. Entre eles, os herbicidas inibidores da enzima PPO (protoporfirinogen oxidase), como saflufenacil, carfentrazone-ethyl e flumioxazin, que devem ser inseridos no manejo, juntamente à dessecação pré-semeadura em duas épocas. É essencial explorar os benefícios da aplicação sequencial, somado ao uso de herbicidas residuais na segunda dessecação.

Manejo antecipado

O manejo antecipado pode ser usado nas áreas que não serão cultivadas com nenhuma cultura na entressafra. Nesse caso, existem herbicidas recomendados, como triclopir e atrazine+mesotrione, com posicionamento para vassourinha-de-botão, aplicados após a colheita da soja ou no início do período chuvoso (setembro/outubro). Nesse caso, respeita-se o limite de dose e o intervalo para semeadura da soja de 20 dias para triclopir e de 30 dias para a mistura.

Para os produtores que fizeram uso de milho ou algodão na safrinha (outono/inverno), o uso de herbicidas residuais seletivos para essas culturas e a aplicação de glufosinato de amônio nos genótipos LL (com tolerância ao amônio-glufosinato), na pós-emergência da cultura, colaboram para o manejo da espécie. Com essa estratégia, a pressão das plantas adultas de vassourinha-de-botão será menor na soja da safra seguinte.

Fonte: Fundação MT, Núbia Maria Correia