HomeEcologiaEconomia

Alimento e renda: agricultura urbana é solução para cidades

Alimento e renda: agricultura urbana é solução para cidadesObjetivo é manter cinturões verdes nos perímetros urbanos. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Calorão? Saiba que a Terra ficou 1,3 °C mais quente no último ano
COP 27: Desmate pode reduzir 1/3 da vazão das águas dos rios do Cerrado
Se antes era a terra, hoje o desafio dos produtores do Mato Grosso é o clima

Por André Garcia

Além de gerar renda e garantir segurança alimentar, o manejo sustentável de pequenas áreas agrícolas e de criações de animais dentro das cidades é uma estratégia para tornar os espaços urbanos mais resilientes às mudanças climáticas. É isso o que agora prevê o Programa Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana (AUP), debatido em seminário realizado nesta quarta-feira, 13/9.

Instituída hoje pelo Governo Federal, a proposta vai estimular a transição agroecológica, a conservação das águas e do solo, e a restrição do uso de defensivos e insumos químicos de alta toxicidade. Além disso, ao manter os cinturões verdes nos perímetros urbanos, a ideia também é contribuir com a melhoria da qualidade do ar.

“Não é preciso ser cientista para perceber que o nosso clima está mudando, e muito rápido. Precisamos enfrentar esses novos desafios de forma conjunta e prática porque o problema chegou às nossas cidades”, afirmou o titular do MDS, Wellington Dias, lembrando o ciclone que nos últimos dias atingiu a região Sul do Brasil.

Durante o encontro, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,  pontuou que é preciso quebrar o ciclo da injustiça social no país por meio de determinações que impactem as populações mais vulneráveis.

“Este é um exemplo muito importante porque se trata de uma forma muito criativa e eficiente de ajudar nas políticas de inclusão produtiva e combate à fome”, considerou. “Trabalhamos contra a desigualdade e em favor da sustentabilidade para criar um novo ciclo de prosperidade a partir da resiliência cultural de produção de alimentos”, disse.

Foto: Roberta Aline/MDS

Editais

O programa será conduzido pelo ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; do Meio Ambiente e Mudança do Clima; e do Trabalho e Emprego, por meio de editais de financiamento destinados à aquisição de material de consumo, ou capacitação para as atividades a serem desenvolvidas.

São esperados ainda projetos para a circularidade dos alimentos, com ações que envolvam a produção, distribuição, o consumo e a reciclagem de resíduos orgânicos, que reúnam em um mesmo empreendimento, o ciclo completo, com a meta de reduzir o desperdício alimentar.

Reeducação alimentar

A iniciativa também é encarada como ferramenta para mudar a mentalidade da população sobre a alimentação nos centros urbanos, especialmente considerando o processo de reeducação alimentar que as hortas comunitárias promovem quando vinculadas a cozinhas solidárias e o resgate da cultura das plantas medicinais.

Foi o que avaliou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.

“Em 1970, nós éramos uma população rural, e agora somos urbanos. Precisamos recuperar essa cultura alimentar do povo brasileiro. A medicina tradicional do nosso povo está muito ligada ao consumo dessas plantas e elas fazem parte dos cuidados domésticos das famílias brasileiras tradicionais. Para isso criamos os quintais produtivos”, disse.

LEIA MAIS:

Projeto Sinop Orgânico oferece capacitação técnica e estratégica

Irmãs garantem subsistência e crescimento de renda com agroecologia

Projeto capta água da chuva e melhora qualidade de vida de moradores de Cáceres

O que podemos esperar sobre os impactos do calor extremo?

Mapa lança campanha que promove o consumo de produtos orgânicos