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Defensivos e transporte devem encarecer safra de soja: veja alternativas

Defensivos e transporte devem encarecer safra de soja: veja alternativas

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Por André Garcia

Embora as projeções apontem para redução nos preços de sementes e fertilizantes, o sojicultor mato-grossense  terá de investir alto em outros insumos para obter uma lavoura produtiva. Um relatório do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que os vilões serão os defensivos e o transporte da produção.

Quanto aos agroquímicos, o acréscimo gira em 17,3%. Assim, os R$ 1.373,00 suficientes para aplicar em cada hectare nas plantas de soja mato-grossenses passarão a custar R$ 1.611,23. Os que devem apresentar as maiores altas são os adjuvantes e herbicidas, com incrementos previstos em 42,7% e 40,9%, respectivamente.

As projeções do Instituto consideram o mês de janeiro deste ano e janeiro de 2024 e apontam que os fungicidas tendem a encarecer menos (2,4%). O cálculo também leva em conta o dólar mais alto, girando em torno de R$ 5,20.

Assim, a respeito do transporte da soja produzida, a alta prevista entre janeiro deste ano e o primeiro mês de 2024 é de 46,9%. Com isso, parte de R$ 82,39 para R$ 121,10 a cada hectare.

Levando tudo em conta, os custos operacionais totais – sem considerar os custos de oportunidade – devem apresentar elevação de 2% entre uma safra e outra. Isso quer dizer que cada hectare de soja produzido em Mato Grosso em 23/24 sairá, em média, por R$ 6.693,34.

Alternativas

Diante deste cenário, algumas estratégias podem ajudar o produtor a economizar e aumentar sua lucratividade. A utilização de bioinsumos, por exemplo, reduz os custos de produção a partir de processos como a utilização de insetos predadores em vez de grandes quantidades de pesticida, garantindo mais sustentabilidade e menor impacto ambiental.

Como já noticiado pelo Gigante 163, outra vantagem é que esses insumos podem ser produzidos dentro das propriedades. No ano passado, a Solubio, umas das principais empresas brasileiras ligadas à agricultura com bioinsumos, estimou uma economia mínima de 40%, podendo chegar até a 70% a partir da adoção da prática.

Outra estratégia para baratear os custos de produção é a adubação verde. Aliada número um dos bioinsumos. A partir dela é possível incorporar, a depender da cultura, de 30 a 50 kg de nitrogênio por hectare, o que pode significar redução estimada entre 25% e 50% na aplicação de fertilizantes químicos. Foi o que explicou ao Gigante 163 o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Silvio Spera.

Escoamento

Com relação ao transporte, outra notícia que pode animar o produtor é que  Governo Federal estabeleceu 39 ações para facilitar o escoamento da safra 2022/23, que já começou a ser colhida e deve se intensificar na segunda quinzena de fevereiro. A expectativa é que, até o fim do ano, sejam aplicados R$ 2,7 bilhões em obras, manutenção e entregas em todo país. Para Mato Grosso, os investimentos previstos são de R$ 500 milhões e incluem intervenções em 51 km da BR 163 e em 565 km da BR 364.

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