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Desmate pode impedir exportações de 230 mil propriedades à Europa

Desmate pode impedir exportações de 230 mil propriedades à EuropaImagens de satélite mostram que desmate foi feito após prazo da norma.Foto: Agência Senado

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Por André Garcia

As restrições impostas pela União Europeia a produtos oriundos de áreas desmatadas podem afetar cerca de 230 mil propriedades rurais no Brasil. O número representa 3,1% dos 7,5 milhões de imóveis inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR), conforme dados publicados nesta semana pelo MapBiomas.

O MapBiomas Alerta identificou 208.522 alertas, com uma área total de 4.885.688 hectares de conversão da vegetação nativa, cujas imagens de antes são a partir da data de 1 de janeiro de 2021. A imagem de alta resolução comprova que essas áreas eram vegetação nativa até o prazo estabelecido na regra.

Além disso, o Relatório de Desmatamento Anual (RAD) aponta que mais de 93% da área desmatada no Brasil em 2023 tiveram pelo menos um indício de irregularidade, ou seja, não cruzam espacialmente com autorizações ou estão dentro de territórios protegidos.

A nova regulamentação europeia (Regulamento para Produtos Livres de Desmatamento ou European Union Deforestation-Free Regulation) começa a ser cobrada a partir de 30 de dezembro de 2024 e uma das proibições é a compra de produtos provenientes de áreas florestais desmatadas após 31 de dezembro de 2020.

Neste contexto, os biomas com maiores áreas são Amazônia, com 2.269.225 ha e Cerrado, com 2.033.071 ha desmatados após 31 de dezembro de 2020.

Segundo o levantamento, 57,3% dessa área desmatada é de formações florestais e estão completamente incluídas na definição de floresta da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

“O mapeamento das formações savânicas ocupa 38,5% da área e está parcialmente incluída na definição da FAO. Formações campestres e outras formações nativas não estão incluídas atualmente e ocupam 4,2%”, diz o relatório.

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