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MT concentra 56% da degradação de toda a Amazônia Legal

MT concentra 56% da degradação de toda a Amazônia LegalEstado tem cinco dos 10 municípios que mais degradaram. Foto: Reprodução/Imazom

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Por André Garcia

Entre os nove estados que compõem a Amazônia Legal, Mato Grosso foi o que concentrou a maior área degradada em setembro: 562 km² de mata atingida pelo fogo e pela exploração de madeira. De acordo com levantamento do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o número equivale a 56% de toda a degradação detectada na região. Em segundo lugar, está o estado do Pará, com 359 km² impactados.

Em Mato Grosso também estão cinco dos dez municípios que mais degradaram a Amazônia: São Félix do Araguaia (124 km²), Nova Maringá (52 km²), Nova Ubiratã (51 km²), Paranatinga (51 km²) e Canabrava do Norte (50 km²).

Já no acumulado de janeiro a setembro de 2025, a degradação florestal compreendeu 3.766 km², representando uma redução de 86% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, quando a atividade somou 26.246 km². Segundo a pesquisadora do Imazon, Larissa Amorim, os dados mostram uma queda expressiva, mas a área atingida no acumulado ainda é maior que a cidade de Palmas, capital do Tocantins.

“A degradação tem como principal causa as queimadas, que, dependendo do clima, podem se alastrar rapidamente, destruindo a vegetação, afetando a fauna, causando problemas de saúde na população e contribuindo para o agravamento das mudanças climáticas na Amazônia e no mundo. Por isso, essa prática deve ser combatida intensamente pelos órgãos responsáveis, e seus causadores precisam ser devidamente penalizados”, explica.

Degradação florestal tem queda em setembro

Setembro costuma ser um período crítico para as queimadas, por reunir condições climáticas mais secas e quentes, que favorecem a degradação provocada tanto pelo fogo quanto pela extração madeireira. Neste ano, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) identificou uma queda de 95% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 20.238 km², o maior valor já registrado em toda a série histórica.

A redução expressiva ocorre devido ao recorde histórico do período anterior e a perda atual ainda equivale à derrubada de 3.406 campos de futebol de vegetação por dia, o que reforça a necessidade de ações contínuas de combate e controle dessa prática.

“É em setembro que se inicia a temporada de queimadas, principalmente devido às condições climáticas dessa época do ano. Por isso, é necessário focar intensamente em ações que barrem as queimadas nas regiões mais críticas, visando manter o declínio da degradação nos próximos meses do calendário”, afirma Larissa.

Desmatamento

Em setembro de 2025, o monitoramento registrou 279 km² de áreas desmatadas na Amazônia Legal. O número equivale à perda de 930 campos de futebol por dia, mas também representa uma queda de 49% em relação ao mesmo mês de 2024, indicando uma desaceleração importante. Esse dado marca o segundo período mensal de monitoramento do calendário de desmatamento de 2026, que compreende o período de agosto de 2025 a julho de 2026.

“O começo do novo calendário mostra uma tendência de diminuição, o que é um sinal positivo. Porém, precisamos focar na meta de desmatamento líquido zero, quando a compensação de uma área desmatada é feita em outro local”, avalia o pesquisador do Imazon, Carlos Souza Jr.

Já quando se analisa o comportamento da retirada florestal entre janeiro e setembro de 2025, os dados apontam um declínio de 25% em relação ao mesmo período no ano passado. A diminuição corresponde a uma área maior que a capital de Mato Grosso, Cuiabá, mas fica abaixo dos anos de 2021 e 2022, que marcaram os maiores níveis de perda na Amazônia.

 

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