Por André Garcia
Os esforços para a recomposição do Cerrado goiano ganharam reforço com a assinatura de termo de cooperação técnica entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e a Rede de Sementes do Cerrado (RSC).
A parceria, firmada na última semana, beneficia diretamente o projeto Águas Cerratenses, que tem como meta restaurar, por meio de um método de plantio denominado semeadura direta, cerca de 600 hectares de Cerrado até 2024. O foco são as áreas degradadas de unidades de conservação no Estado.
“Por meio da cooperação técnica, espera-se fortalecer a cadeia de produção de sementes nativas e expandir a restauração ambiental em áreas degradadas, contribuindo para a conservação”, afirma a coordenadora do projeto, Alba Cordeiro.
Agora a Pasta vai ajudar a mapear as áreas que precisam ser recuperadas e, a partir disso, a RSC definirá o cronograma de trabalho. O acordo valerá por 36 meses e poderá ser prorrogado por igual período.
No decorrer do período de vigência, as duas partes investirão no intercâmbio de experiências, informações e tecnologias para que o esforço de recomposição da vegetação nativa alcance o maior número de hectares possível.
Geração de renda
Vale destacar que projeto também fortalece a cadeia de produção de sementes nativas de base comunitária para geração de renda familiar, bem como a sensibilização e envolvimento dos donos de propriedades rurais.
Foi o que explicou a responsável técnica da RSC, Natanna Hostmmann, durante capacitação realizada no dia 17/7 com as famílias do Projeto de Assentamento (P.A) Real I, em Colinas do Sul (GO).
“Abordamos desde o planejamento da coleta até o beneficiamento e armazenamento adequados, bem como técnicas, ferramentas e insumos utilizados e acordos de entrega de sementes”.
O projeto
Financiado pelo Fundo Socioambiental Caixa, o “Projeto Águas Cerratenses: semear para brotar” é uma iniciativa da Rede de Sementes do Cerrado, em parceria com a Associação Cerrado de Pé e Semeia Cerrado.
Para sua execução serão utilizadas 40 toneladas de sementes por meio da técnica da semeadura direta. Em 2022, a iniciativa realizou plantios em uma área total de 155 hectares entre os municípios de São João D’Aliança (128 há) e Cavalcante (27 há).
“Ao recuperar áreas, como aquelas afetadas pela atividade humana ou desmatamento, contribuímos para a proteção da biodiversidade, a conservação dos recursos hídricos e a mitigação dos impactos das mudanças climáticas”, reforça Alba.
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