Por André Garcia
Castigado pela seca, o Centro-Oeste tem 94% de seu território atingido pelo fenômeno, a maior porcentagem entre as regiões brasileiras. Além disso, é a única região onde a estiagem se tornou mais severa, com aumento excepcional de 1% entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024.
Os números são do Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e mostram uma piora no cenário para os goianos e sul-mato-grossenses, que vêm seus estados entre os nove do Brasil onde a estiagem ficou mais intensa no período analisado.
Conforme a última atualização do Monitor, Goiás tem 100% do território atingido pela seca, o maior índice desde outubro de 2022, também de 100%. A situação piorou com o aumento de 2% para 9% da área com seca grave, o que levou o Estado à condição mais severa desde julho de 2023, quando houve seca grave em 20% do território.
Em Mato Grosso do Sul, a seca se manteve no patamar de 75% do território estadual, o maior desde setembro de 2022 (86%). A situação foi agravada pelo aumento da área com seca moderada de 9% para 17%, o que levou o estado à condição mais severa desde abril de 2023, quando foi registrada gravidade em 1% do território.
Mapas dezembro de 2023 e janeiro de 2024. Crédito: Monitor de Secas
Mato Grosso e Distrito Federal
Já em Mato Grosso, a área com seca se manteve em 99%, a maior registrada desde agosto de 2021, quando a porcentagem chegou a 100%. No Estado houve um leve abrandamento do fenômeno com a diminuição da área com seca moderada de 67% para 60% do estado.
Entre dezembro e janeiro, a área com seca também se manteve no Distrito Federal, com taxa de 100%. Contudo, foi constatado o abrandamento da situação com o desaparecimento da seca moderada. Esta é a menor severidade do fenômeno desde outubro de 2023, quando houve somente seca fraca.
Cenário nacional
Considerando a extensão do território abrangido pela seca, o Amazonas lidera o ranking, seguido por Pará, Mato Grosso, Bahia e Minas Gerais. Em todo o País, entre dezembro e janeiro, a área com o fenômeno caiu de 7,35 milhões para 7,21 milhões de km², o equivalente a 85% do território nacional.
Percentual de seca por unidade da Federação entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024. Crédito: Monitor de Secas
Publicados na última semana, os números mostram ainda que Nordeste, Norte e Sudeste apresentaram melhora da seca no período, enquanto o Sul teve a melhor condição, com seus três estados livres de estiagem.
Entre os estados, além de Mato Grosso e Distrito Federal, houve melhora nos índices de severidade no Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Piauí e Sergipe. Por outro lado, além de Goiás e Mato Grosso do Sul, a seca se tornou mais severa no Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Roraima e Tocantins.
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