HomeEconomiaInfraestrutura

Falta de infraestrutura leva a perda de US$ 750 milhões em grãos no País

Falta de infraestrutura leva a perda de US$ 750 milhões em grãos no PaísPaís também precisa aumentar capacidade portuária. Foto: Portos de Paranaguá

Anec estima exportação de 8,08 milhões de t de soja em maio
Anec volta a reduzir previsão de exportação de soja em fevereiro
Brasil deve superar EUA e liderar exportação de milho em 2022/23

A falta de infraestrutura nas estradas e a insuficiência da malha ferroviária e das hidrovias brasileiras fazem com que o País perca, por safra, US$ 750 milhões em grãos como soja e milho. Os gargalos logísticos no transporte para exportação foram abordados em evento da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), na segunda-feira, 29/5.

De acordo com publicação do Globo Rural, a diretora executiva da VLI Logística, Carolina Hernandez, apontou na ocasião que, mesmo com crescimento nas capacidades da malha ferroviária e das hidrovias, a competitividade do Brasil segue inferior à de seus concorrentes na exportação de commodities.

“Quando a carga passa de um modal para outro, há um pouco de quebra. Se somarmos isso, temos uma perda estimada em 1,53% da produção, o que representa cerca de US$ 750 milhões que deixamos na mesa desde o ponto de origem até o ponto de destino”, disse.

Com base em dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Hernandez comentou que, no Brasil, o modal rodoviário para escoamento de soja e milho representa 38% do transporte, enquanto nos EUA este percentual fica em 14%. Já as hidrovias representam 19% para os brasileiros e 55% para os norte-americanos.

O custo logístico total para transportar uma tonelada por caminhões chega a ser três vezes superior à despesa em ferrovias, de acordo com a executiva da VLI. Na comparação com as hidrovias, o custo para transporte por rodovia chega a ser seis vezes maior. Neste contexto, a chave para resolver o problema é a integração e o aumento da matriz de transportes.

Além disso, Carolina afirma que o Brasil precisa elevar em cerca de 70 milhões de toneladas sua capacidade portuária para continuar dando vazão às exportações do agro, uma vez que o porto de Santos (SP) deve atingir sua capacidade máxima em breve. O cálculo considera a capacidade atual, as melhorias já previstas e a demanda de embarques.

Como mostrado recentemente pelo Gigante 163, o problema foi tratado em audiência pública com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, em audiência na Câmara Federal.

Ao lembrar que o governo já destacou cerca de R$ 2,7 bilhões para recapeamento de rodovias e melhorias de infraestrutura para dar melhor vazão à safra, ele reforçou a necessidade de investimento em unidades portuárias e estradas fora da malha principal do sul para melhorar a competitividade brasileira.

“É fundamental o apoio do Ministério dos Transportes e temos conversado muito sobre essas questões. O asfalto leva progresso para a região, mesmo para o produtor que está mais distante da malha principal, mas que espera também melhorias nas estradas vicinais que ainda não são asfaltadas”, destacou.

LEIA MAIS:

Grupos do agro criam empresa de logística

Líder em logística suspende operação no Brasil

MT-322: asfalto em terra indígena tem que garantir imagem do agro no exterior

Gado morto e leite jogado fora: caos na MT-170 causa prejuízo em cadeia

Investimento de R$ 2,7 bi em ações para escoamento da safra contempla rodovias em MT 

Fávaro destaca prioridades do Mapa para o setor agropecuário na Câmara