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Brasil aciona Europa por barreiras discutidas contra produtos ligados a desmate

Brasil aciona Europa por barreiras discutidas contra produtos ligados a desmateGrupo diz que barreiras podem violar os tratados internacionais. Foto: Agência Brasil

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O Brasil, junto a outros 13 países da América Latina, África e Ásia, liderou uma reação internacional contra a  proposta discutida pela União Europeia para restringir a importação de commodities que possam ter relação com o desmatamento.

Em um comunicado entregue à Comissão Europeia no final de julho, mas tornado público apenas na segunda-feira, 22/8, o grupo de países disse concordar com a preocupação da UE com o meio ambiente e a mudança do clima, mas alertaram que tais barreiras podem violar os tratados internacionais.

Segundo informou Jamil Chade no UOL, a iniciativa foi ideia do governo da Indonésia, que preside atualmente o G-20, mas o Brasil foi quem liderou o processo na prática, conversando com outros países e criando um grupo mais representativo do Sul Global.

Para os países emergentes, a proposta europeia cria uma barreira não tarifária ao comércio de produtos, como carne bovina, soja, café, madeira, cacau e óleo de palma, prejudicando diretamente a balança comercial dos países exportadores, o que cria dificuldades práticas ainda maiores para que eles possam proteger o meio ambiente e diminuir suas emissões de carbono.

Neste sentido, o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) acredita que o o questionamento do Brasil pode contribuir com as negociações, paralisadas por entraves ambientais.

De acordo com o zootecnista e diretor técnico operacional do Imac, Bruno Andrade, em junho deste ano, a entidade discutiu a proposta da UE com lideranças de alguns países, como Alemanha, Dinamarca, Holanda e Portugal, com integrantes da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu e com o secretário-geral da European Livestock and Meat Trades Union, em Bruxelas. Alguns se mostraram sensíveis e abertos à discussão, segundo ele.

O documento foi assinado por representantes diplomáticos do Brasil, Argentina, Colômbia, Gana, Guatemala, Indonésia, Costa do Marfim, Nigéria, Paraguai, Peru, Honduras, Malásia, Equador e Bolívia – o que mostra também uma diversidade não apenas geográfica, mas também de posicionamentos ideológicos dos respectivos governos.

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