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Com projeção de safra recorde, Brasil pode ser pressionado a exportar mais milho

Com projeção de safra recorde, Brasil pode ser pressionado a exportar mais milhoMilho saltou 71,78% ante a última estimativa de 2021, diz Imea.Foto: CNA

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O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou na segunda-feira, 4/4, a segunda estimativa do Valor Bruto da Produção (VBP) de Mato Grosso para o ano de 2022. Há um aumento de 35,98% ante a última estimativa e atingiu R$ 195,38 bilhões. Deste total, o milho saltou 71,78% ante a última estimativa de 2021, somando R$ 43,31 bilhões decorrentes da cultura do cereal no Estado.

“Nesse sentido, a alta foi pautada pelos elevados patamares de preços, em virtude da menor oferta global esperada para o milho em 2022, motivada pela quebra da safra sul-americana, bem como a elevada demanda pelo cereal mato-grossense no mercado interno e externo”, explica o boletim semanal do milho, publicado pelo Imea.

“Além disso, é aguardada uma produção recorde para a safra de 40,56 milhões de toneladas. É importante pautar que as previsões da safra ainda estão em aberto, e o comportamento climático dos próximos meses, que até o momento são otimistas, serão determinantes para a definição das projeções de faturamento do cereal no Estado”, conclui.

Situação preocupante

O coordenador do Insper Agro Global, Marcos Jank, afirmou que situação global quanto à oferta de milho é preocupante em razão da guerra entre Rússia e Ucrânia, e a pressão exportadora pode recair sobre o produto brasileiro. As informações são do Estadão.

“A Ucrânia é o quarto maior exportador global de milho. E o que se espera é uma quebra de safra de no mínimo 50% no país por causa da guerra”, disse ele, acrescentando que as regiões produtoras de milho na Ucrânia são justamente as que estão no centro do conflito com a Rússia. “Então, todas as notícias são preocupantes; se faltar milho ucraniano, o preço sobe e o Brasil vai sofrer pressão exportadora”.

Para Jank, trata-se de uma situação “bastante preocupante”, porque a guerra está afetando principalmente os grãos, sendo que prejudica dois dos três principais cereais consumidos globalmente – trigo (do qual a Ucrânia também é grande produtor e exportador) e milho. “Um total de 40% da ingestão de caloria global é representado por arroz, trigo e milho”, concluiu.

Fonte: Imea e Estadão