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Saiba como a Inteligência Artificial pode impulsionar o agro

Saiba como a Inteligência Artificial pode impulsionar o agroTecnologia aumenta ganhos, mas ainda esbarra em conectividade. Foto: Mapa

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Por André Garcia

Em alta desde a chegada do Chat GPT, o uso da inteligência artificial (IA) pode impulsionar o agronegócio rumo à melhora na gestão econômica e financeira das propriedades e na implantação de estratégias mais sustentáveis e rentáveis. Previsibilidade de condições naturais, automatização de operações, e antecipação de oscilações de mercado são só alguns exemplos de como isso pode ser feito.

Foto: Embrapa

Os bons frutos do casamento entre agro e tecnologia não são exatamente novidade. No ano passado, como mostrado pelo Gigante 163, o lançamento do robô AGLIBS (agro espectroscopia induzida por laser, em tradução livre) já chamava a atenção dos produtores mais antenados.

O equipamento, voltado à análise de solo, é capaz de examinar 1.500 amostras por dia, fornecendo dados como qualidade, déficit de nutrientes, pH, acidez e quantidade de carbono orgânico na terra.

O AGLIBS utiliza o sistema LIBS, o mesmo usado em robô da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) para analisar solo de Marte, e é resultado da parceria entre Embrapa Instrumentação e a agritech Agrorobótica, uma startup do agronegócio sediada em São Carlos (SP).

Segundo o CEO da Agrorobótica, Fábio Angelis, a empresa possui dois focos: certificação de fertilidade e nutriente dos solos e certificação de carbono.

“Hoje, para você ter uma ideia, em um metro de solo tem três vezes mais carbono do que em toda a atmosfera ou vegetação do planeta terra”, diz Angelis. “Então o solo é o maior sumidouro de carbono do mundo e as práticas conservacionistas dos agricultores podem deixá-lo estocado”, disse.

Economia

A aposta no robô reforça a previsão de ganhos com a tecnologia. Em dezembro de 2022,  uma publicação da Exame mostrou que os insetos, que reduzem em cerca de 8% a produtividade das lavouras, podem ser combatidos por meio da união entre o campo e as inovações digitais, poupando cerca de R$ 15 bilhões anuais aos produtores.

Já o Estadão mostrou que o investimento em IA no agro deve saltar para US$ 4 bilhões em 2026, segundo projeções da Markets & Markets. No Brasil, um projeto da Farmers Edge e Nufarm prevê a digitalização de mais de 1 milhão de hectares até 2023, quase 2% das áreas cultivadas no País.

Desafios

Embora promissora, a IA precisa superar o desafio da conectividade para avançar no Brasil, onde pelo menos 13 milhões de moradores da zona rural não têm acesso à internet de qualidade, imprescindível, por exemplo, para o desenvolvimento da agricultura de precisão, que utiliza dados aprimorados na gestão de riscos climáticos.

O dado é de um estudo do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) em parceria com Banco Mundial, Bayer, Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Microsoft e Syngenta. A questão também foi abordada recentemente pelo diretor técnico adjunto da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Maciel Silva.

“A conectividade precisa ser discutida com seriedade e será determinante, sobretudo, para a questão da igualdade social. O último censo agropecuário mostra o caráter social e a importância de se olhar para esses problemas. Quanto menor o produtor, maior a dificuldade de acessar assistência técnica”, pontuou.

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