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Agronegócio exportou US$ 1 trilhão na última década

Agronegócio exportou US$ 1 trilhão na última décadaSoja lidera exportações seguida pela carne. Foto: CNA

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A participação do agronegócio nas exportações brasileiras subiu de 43%, para 48% entre 2021 e 2022, quando a balança comercial do setor chegou aos US$ 159,6 bilhões. Este valor, que representa alta de 32% em relação a 2021, contribuiu para que o setor atingisse pela primeira vez o recorde US$ 1 trilhão acumulado em uma década.

Apenas nos últimos cinco anos, o agronegócio obteve receitas de US$ 580 bilhões em exportações. Os dados,  apurados pela Folha de S.Paulo com base Secretaria de Comércio Exterior (Secex), incluem insumos destinados ao setor.

O salto em 2022 ocorreu porque o país tinha o produto certo na hora certa, atendendo a demanda externa. O dólar elevado também deu maior competitividade aos produtos nacionais. As consequências disso, porém, foram a internalização dos elevados preços externos para o mercado interno, principalmente após a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Essa região, importante no fornecimento de milho, trigo, óleos vegetais e fertilizantes, teve uma interrupção no comércio com o mundo por vários meses. Com isso, o Brasil conseguiu recordes em vendas externas até mesmo em produtos que não tem tradição em exportar, como o trigo.

O País se beneficiou ainda dos preços externos. Em média, o preço internacional da soja subiu 32% no ano passado; o do milho, 42%; o do açúcar, 20%; o do algodão, 23%; e o das carnes, 20%. Um dos destaques ficou para o café, que superou em 64% a marca de 2021.

Soja

Seguindo uma tendência há anos consolidada, duas coisas se mantiveram constantes no ano passado: a soja lidera as exportações e a China é o grande parceiro do Brasil. Em 2022, o complexo soja (grão, farelo e óleo) rendeu ao país US$ 61 bilhões, 27% a mais do que no ano imediatamente anterior.

Apenas a soja obteve US$ 47 bilhões, e os chineses foram responsáveis por 68% desse valor. A seguir veio o farelo de soja, com US$ 10,3 bilhões. As exportações totais de soja no ano passado, no entanto, recuaram para 78,9 milhões de toneladas, após ter atingido 86,1 milhões em 2021.

Na safra de 2022, o Brasil teve quebra de 20 milhões de toneladas, decorrente de mudanças climáticas. Uma novidade são os US$ 10,3 bilhões com o farelo de soja. A demanda externa esteve aquecida e fornecedores tradicionais, como a Argentina, tiveram problemas com as exportações.

Vale destacar que as receitas poderiam ter sido maiores, mas o governo de Jair Bolsonaro limitou a produção de farelo ao reduzir o percentual de mistura de biodiesel ao diesel.

Pecuária

O bom desempenho também está atribuído às carnes. No ano passado, o setor colocou 8,3 milhões de toneladas de carnes bovina, de frango e suína no mercado externo, com receitas de US$ 25,3 bilhões. O setor foi beneficiado pela demanda externa e pela aceleração dos preços médios do período.

Mais uma vez a China dá fluxo ao mercado brasileiro: 53% da carne bovina brasileira exportada em 2022; 44% da carne suína e 14% da de frango tiveram o país como destino. Os números devem se manter devido à dificuldade dos chineses em aumentar o rebanho e à ascensão dos cidadãos à classe média, caracterizada por novos hábitos alimentares.

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