HomeEcologia

Desmatamento cai 21% Amazônia e 9% no Pantanal

Desmatamento cai 21% Amazônia e 9% no PantanalHouve queda nos 70 municípios prioritários para combate ao desmatamento. Foto: Imazon

O que se perde em Mato Grosso com destruição florestal?
Brasil perdeu um terço da sua vegetação nativa nos últimos 37 anos
Governo promete controle do desmatamento para todos os biomas

Por André Garcia

O desmatamento na Amazônia Legal caiu 21,8% entre agosto de 2022 e julho de 2023, segundo dados consolidados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento por Satélite (Prodes). Os números foram divulgados nesta quarta-feira 8/5 e apontam para queda de 9,2% no desmate do Pantanal.

O balanço consolidou a taxa anual de desmatamento em 9.064 quilômetros quadrados (km²) na Amazônia Legal, com diferença de 0,7% em relação à divulgada em novembro de 2023, estimada em 9.001 km².

“Esses resultados são resultado de ações de combate e controle. Isso é fruto de uma política pública com base em evidências, alocação de recursos e elaboração de estratégias. O que estamos fazendo na Amazônia será aplicado também ao Pantanal, Pampa, Caatinga, Mata Atlântica e no Cerrado”, disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva.

Na ocasião, ela chamou a atenção para uma queda maior nos 70 municípios prioritários para combate ao desmatamento na Amazônia Legal, com redução de 42% no período apurado.

Crédito: MMA

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que opera o Prodes, esses territórios concentram 75% da derrubada de vegetação nativa em 2022.

De acordo com Marina, para além da fiscalização, os bons resultados também estão relacionados à criação de instrumentos econômicos. Isso aponta para um avanço na estratégia de combate ao desmatamento, que passa, segundo a ministra, a privilegiar ações estruturantes.

“Investimos em aporte de recursos para que possamos fazer uma abordagem positiva, ajudando a mudar o modelo de desenvolvimento, criando alternativas de base sustentável e hoje vemos os prefeitos, independentemente de partido, vindo para uma agenda positiva, querendo fazer parte dessa solução”, disse.

Durante a apresentação, foram antecipadas as informações sobre a série de alertas diários de desmatamento, acompanhada pelo Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), com uma redução de 55% no período de agosto de 2023 a abril de 2024, quando comparado ao mesmo período no ano anterior.

Amazônia

Com relação à Amazônia, o Prodes mostra que o bioma registrou o menor desmatamento acumulado no período nos últimos 10 anos, com queda de 55% (2.686). Entre os estados que fazem parte do bioma, Mato Grosso apresentou aumento de 6,3% na taxa de desmatamento, enquanto Pará, Amazonas e Rondônia tiveram reduções de 21%, 38% e 41% respectivamente.

Pantanal

A taxa consolidada de desmatamento no Pantanal no período apurado é de 723 km², com concentração no município de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, onde foi registrada 52,8% da destruição da vegetação nativa.

O avanço no combate ao desmatamento nos biomas brasileiros foi considerado positivo por Marina Silva. “Isso é fruto de uma ação de política pública com base em evidência e alocação de recursos em priorização e elaboração de estratégia.”

Cerrado

O monitoramento realizado pelo Inpe há mais de 36 anos teve início na série histórica da Amazônia Legal, em 1988 e, para os demais biomas, no ano 2000. Os dados sobre o Cerrado foram divulgados em dezembro de 2023, quando a taxa de desmatamento foi consolidada em 11.011 km², e apontou um crescimento de 3% na destruição do bioma.

LEIA MAIS:

Programa contra o desmatamento na Amazônia é prorrogado

Desmatamento em Terras Indígenas da Amazônia foi o menor em 6 anos

Governo anuncia R$ 730 milhões para combater desmatamento

Degradação na Amazônia avança 3 vezes mais que desmatamento

Governos criam força-tarefa contra desmatamento no Cerrado

1º bimestre do ano tem menor desmatamento dos últimos 6 anos

Desmatamento no Cerrado pode chegar a 12 mil km² neste ano