A norma passa a vigorar a partir de janeiro de 2026 e tem o objetivo de combater o desmatamento ilegal e promover a produção sustentável de carne bovina.  Voluntária, a adesão à iniciativa, até o momento, inclui 21 bancos, entre eles, os grandes players do agronegócio como Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Sicredi.

As primeiras divulgações de dados divulgadas pelas empresas, no entanto, realizadas nas últimas duas semanas, apresentaram algumas inconsistências. Segundo o site Reset, a norma exige a apresentação do número absoluto de cabeças de gado abatidas, mas algumas empresas reportaram apenas porcentagens, alegando questões de sigilo comercial.

De acordo com a reportagem,  as empresas querem compartilhar os dados de abate apenas com os bancos, sem a necessidade de divulgação pública por questões de sigilo.  Como disse um executivo de uma importante instituição financeira que participou da criação da norma, qual a questão de concorrência que impede a divulgação do número de cabeças de gado abatidas? Por que esses dados são tão confidenciais?”.

De qualquer forma, a Febraban afirma que eventuais ajustes nos requisitos da norma “deverão passar pela governança da insituição, que permite revisões periódicas desde que aprovadas nas instâncias responsáveis”.

A nova norma da Febraban representa um passo importante para aumentar a transparência na cadeia de produção de carne bovina no Brasil e combater o desmatamento ilegal na Amazônia. O debate em torno da divulgação dos dados de abate demonstra a complexa relação entre os interesses econômicos do setor pecuário e a necessidade de proteger o meio ambiente. Além, há uma questão econômica, uma vez a  lei anti desmatamento da União Europeia (UE) exige mais transparências para países exportadores de carne.

LEIA MAIS:

Rastreabilidade pode reverter prejuízos na pecuária

Rastreabilidade melhora gestão, alavanca tecnologia e agreva valor

Câmara Setorial aprova proposta de sistema de rastreabilidade

Brasil começa a tirar do papel rastreabilidade individual de bovinos

Marfrig mobiliza cadeia da carne por política pública de rastreabilidade

Rastreabilidade é estratégia para garantir vendas à Europa